Mastofauna de médio e grande porte em um fragmento florestal e uma área reflorestada no norte do Estado do Paraná, Brasil
AUTOR(ES)
Inaê Guion de Almeida
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
A fragmentação das florestas tem sido apontada como a principal causa do declínio da biodiversidade mundial, principalmente, por acarretar em redução de habitat e aumento dos efeitos de borda, que podem levar ao desaparecimento local de espécies. A presença de áreas florestais ao redor dos remanescentes podem minimizar os impactos da fragmentação. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivos: conhecer a riqueza e diversidade de espécies de mamíferos de médio e grande porte em um fragmento florestal, um reflorestamento e nas adjacências dessas áreas na Fazenda Congonhas (Rancho Alegre, Paraná); comparar a eficiência entre as diferentes metodologias aplicadas e comparar os resultados obtidos nas diferentes estações do ano. O estudo foi realizado em um fragmento florestal (107,8 ha), em uma área reflorestada (11,8 ha) e adjacências na Fazenda Congonhas, Rancho Alegre, Paraná. Para o levantamento de mamíferos nos habitats utilizou-se censo visual em transecção linear, identificação das pegadas por meio de parcelas de areia e busca por outros vestígios. Nos arredores foram aplicadas visualização aleatória, pegadas aleatórias e busca por outros vestígios. A diversidade da mastofauna nas áreas estudadas foi determinada aplicando-se o Índice de Shannon-Weaner (H) e para comparar os resultados das diferentes estações utilizou-se o Teste Qui-quadrado. Foram identificadas 23 espécies, incluídas nas ordens Didelphimorphia (0,7%), Cingulata (16,6%), Pilosa (0,2%), Primates (3,6%), Rodentia (30,8%), Lagomorpha (1,0%), Carnivora (45,9%) e Artiodactyla (1,2%). Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) e Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 são as espécies mais frequentes e, Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758), Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901), Sphiggurus villosus (F. Cuvier, 1823), Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758), Puma concolor (Linnaeus, 1771), Eira barbara (Linnaeus, 1758), as menos encontradas. O fragmento apresentou maior riqueza (S=16) e diversidade (H=1,7872) de espécies quando comparada ao reflorestamento (S=13; H=1,4959). Nos arredores foram registradas 19 espécies. A metodologia de parcelas de areia foi a mais satisfatória, seguida pelas pegadas aleatórias e visualização aleatória, aplicadas nos arredores. O teste qui-quadrado demonstrou que houve diferença significativa em todas as áreas com relação ao número de registros e que não houve com relação às espécies identificadas em cada estação. O fragmento florestal, apesar do reduzido tamanho, é relevante para a manutenção da biodiversidade, pois abriga muitas espécies e, embora não sustente populações viáveis de grandes mamíferos, pode fornecer recursos para essas espécies. O reflorestamento funciona como meio de deslocamento e/ou fonte de recursos para mais da metade das espécies encontradas na fazenda e sua presença ao redor da mata nativa possivelmente minimiza a perda da diversidade e os impactos da fragmentação.
ASSUNTO(S)
fauna florestal reflorestamento ecologia de restauração forest fauna rehabilitation ecology
ACESSO AO ARTIGO
http://189.90.64.145/document/?code=vtls000148097Documentos Relacionados
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