Marcas identitárias e a formação do enfermeiro

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/03/2011

RESUMO

A Enfermagem como profissão vem sendo modificada de acordo com transformações histórico-políticas do campo da saúde. Essas transformações acabam por engendrar marcas e formas de trabalhar em Enfermagem. Nesse sentido, esta pesquisa tem como objetivo investigar as marcas identitárias que produzem as formas de ser e trabalhar em Enfermagem a partir de uma abordagem construcionista. Realizar esta pesquisa partiu do interesse como docente em saber das diversas identidades que vêm sendo construídas e da possibilidade de criar outras marcas identitárias na formação em Enfermagem. O presente estudo analisa o processo de construção identitária do enfermeiro, descreve as principais características da formação deste profissional e analisa as práticas discursivas presentes nesta formação, considerando os discursos que tornam possível a própria profissão. Para esta reflexão, foi utilizada uma estratégia genealógica que auxilia a pensar na proveniência e emergência como produção da figura do profissional enfermeiro. As ferramentas utilizadas nesta genealogia são as relações de poder/saber/marcas identitárias constitutivas do campo do Construcionismo Social. Os materiais utilizados para a pesquisa foram: o currículo mínimo do Decreto n. 27.426, 14 de novembro de 1949, que regulamenta a Lei n. 775, de 6 de agosto de 1949; as diretrizes curriculares mencionadas na Resolução n. 3, de 7 de novembro de 2001, do Conselho Nacional de Educação; o Projeto Político Pedagógico e o currículo do curso de Enfermagem 2006 da Instituição de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul. Como resultados, foi possível a identificação de marcas como a assistência prestada pela Enfermagem, que se torna possível devido a relações de poder/saber conformadas em um discurso Biomédico, além de se considerarem os diversos acontecimentos no setor saúde que fizeram da Enfermagem uma ciência, e não uma categoria submissa à Medicina, a partir da proveniência do discurso da Saúde Coletiva. Essas novas marcas possíveis pela reforma da saúde no Brasil tornam atribuições da Enfermagem: planejar, coordenar e organizar os serviços de saúde, bem como a prática do cuidado. O estudo demonstrou que a Enfermagem é campo de construção de sujeitos e objetos, portanto, de marcas identitárias, produzidas pelos discursos encontrados no currículo, que atuam como tecnologias de poder/saber no interior da Instituição, contribuindo para a formação de enfermeiro mediante os discursos Biomédico e de Saúde Coletiva e ainda para os enfrentamentos dos discursos Biomédico e de Saúde Coletiva. Apesar de todas as modificações no campo da saúde, a formação em Enfermagem tem ainda uma interpelação intensa do discurso Biomédico, que é a marca principal do currículo.

ASSUNTO(S)

marcas identitárias formação em enfermagem relações de poder/saber discurso biomédico discurso da saúde coletiva. psicologia enfermagem - formação; identidade social; saúde pública identity marks nursing education power/knowledge relations bio-medical discourse collective health discourse.

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