Marcadores bioquímicos de estresse: participação do receptor taquicinérgio NK1

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Os hormônios relacionados ao estresse podem alterar funções metabólicas no tecido adiposo e no fígado. O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) é uma das vias endócrinas que promove lipólise aumentando os níveis de ácidos graxos livres (AGL) no sangue, além de indiretamente causar hiperglicemia. Assim, a lipólise e, consequentemente, os níveis de AGL e de glicose podem ser considerados marcadores confiáveis para a resposta individual a diferentes tipos de estresse. Por outro lado, a substância P (SP) está envolvida na patofisiologia de transtornos psiquiátricos graves e é considerado um neurotransmissor central do estresse. A SP está presente em inúmeras áreas cerebrais relacionadas ao estresse/ansiedade. No presente estudo, verificamos os níveis plasmáticos de AGL e glicose como marcadores metabólicos complementares do estresse/ansiedade em ratos machos adultos submetidos a diferentes estressores (imobilização, imobilização no frio, nado forçado, exposição ao labirinto em cruz elevado [LCE], e à administração intracerebroventricular de SP). A corticosterona sérica foi utilizada como marcador convencional de estresse. Nossos resultados mostraram elevados níveis de corticosterona, assim como de AGL e glicose (indicadores da mobilização de substratos energéticos induzidos pelo estresse), confirmando a situação aversiva induzida pela SP (parâmetros comportamentais acessados no LCE), e indicando a SP como um estressor químico , cujos efeitos envolvem receptores NK1 pois o antagonista destes receptores reverte ambos efeitos, bioquímicos e comportamentais. Além disso, nossos resultados mostraram um aumento diferencial nos níveis de corticosterona, AGL e glicose após cada estressor, sendo a duração deste efeito dependente do tipo de estressor. Nossos resultados também mostraram que a mobilização de reservas energéticas, inferida pelos níveis de AGL, é um marcador confiável para diferentes condições de estresse agudo, sendo em algumas situações mais sensível que a corticosterona. Ainda, a adrenalectomia não impediu mobilização de AGL, mostrando que este marcador parece depender predominantemente de uma ativação do SNS.

ASSUNTO(S)

estresse glicose farmacologia ansiedade farmacologia Ácidos graxos marcadores biológicos

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