MARACATU RURAL: LUTA DE CLASSES OU ESPETÃCULO? (UM ESTUDO DAS EXPRESSÃES DE RESISTÃNCIA, LUTA E PASSIVIZAÃÃO DAS CLASSES SUBALTERNAS)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este estudo tem como objetivo aprofundar-se no conhecimento de um segmento das classes subalternas, o trabalhador rural, a partir da sua produÃÃo espontÃnea de cultura popular, o maracatu rural. Para Gramsci as manifestaÃÃes de cultura popular possuem uma Ãntima ligaÃÃo com a situaÃÃo de subalternidade. Estas constituem suas visÃes de mundo e sÃo frutos de sua inconformidade, denÃncia e aceitaÃÃo à ideologia dominante, encontrando-se, portanto, eivadas de contradiÃÃes. Sabe-se que hà muito pouco dito e estudado sobre o subalterno, sua vida e condiÃÃo. A eficÃcia de qualquer projeto polÃtico, social ou profissional a ser elaborado conjuntamente com as classes subalternas, necessita de um prÃvio conhecimento dos seus anseios e visÃes de mundo, sob pena de nÃo engajÃ-las no projeto de transformaÃÃo social. Utilizando-se do mÃtodo materialista dialÃtico, buscou-se, atravÃs do maracatu rural, desvendar o contraditÃrio e conflitivo mundo do trabalhador rural que, na maioria das vezes, nÃo à levado em consideraÃÃo pelos partidos polÃticos, movimentos sociais e projetos polÃticos profissionais. O âeconÃmicoâ e o âpolÃticoâ nÃo sÃo momentos diferentes e antinÃmicos da luta de classes. Faz-se imperioso investigar essa produÃÃo cultural, analisÃ-la criteriosamente para que as mudanÃas sociais realmente se efetivem. O trabalho polÃtico nÃo se dà apenas no terreno econÃmico, mas tambÃm no ideolÃgico cultural. A estratÃgia revolucionÃria gramsciana enfatiza a recuperaÃÃo crÃtica das culturas populares que, atravÃs de um trabalho pedagÃgico, se procederà a eliminaÃÃo paulatina dos elementos de ambigÃidade e heterogeneidade. As classes dominantes tentam a espetacularizaÃÃo, massificaÃÃo e cooptaÃÃo dessas produÃÃes culturais. Entretanto, mesmo sofrendo o processo de passivizaÃÃo, essas expressam os antagonismos e conflitos vivenciados pelas classes subalternas que, poderÃo ser utilizados no enfrentamento entre as classes. Diante disso, espera-se que este trabalho ofereÃa uma contribuiÃÃo de como se dà confronto de forÃas dentro do processo hegemÃnico, como as classes subalternas expressam as suas condiÃÃes de existÃncia, seus pontos de vista, as contradiÃÃes que negam e dÃo vida a luta pela hegemonia na atualidade

ASSUNTO(S)

mÃtodo materialista dialÃtico trabalhador rural classes subalternas agricultural workers servico social maracatu rural subordinate classes rural maracatu materialistic dialect method

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