Mapeamento e análise geomorfológicos como subsídio para identificação e caracterização de terras inundáveis, estudos de caso da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos - RS. / geomorphological mapping and analysis as an aid to idenmtification and characterization of floodable lands. Case study of Rio dos Sinos, Brazil, RS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/09/2011

RESUMO

A área de estudo da presente pesquisa compreende a bacia hidrográfica do rio dos Sinos localizada entre as coordenadas de 50º 10 e 51º 20 de longitude oeste e entre 29º 15 e 30º 00 de latitude sul, atingindo municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA e da chamada Serra Gaúcha. O objetivo do trabalho foi o de estudar as terras inundáveis da área especificada a partir de parâmetros geomorfológicos contextualizando-as dentro de uma concepção sistêmica da paisagem, adotando como recorte espacial a bacia hidrográfica. Buscou-se contribuir nas questões relativas às variadas nomenclaturas, definições e no método de estudo dessas áreas. Na escala da bacia analisaram-se a litologia e a pedologia a partir de mapas já presentes na literatura. Elaborou-se mapeamento geomorfológico na escala 1:100000, perfis transversais e longitudinais e análise de dados pluviométricos que serviram como base para a definição das imagens mais apropriadas para a delimitação do limite superior aproximado das terras inundáveis. Em escala de detalhe, 1: 10000 mapearam-se os lagos naturais, bem como aqueles com origem antropogênica, foi também possível refinar o limite das terras inundáveis estudadas. Por meio da elaboração dos mapas de uso nos limites e entorno das terras inundáveis foi possível uma visão do estado atual de conservação destas áreas. A metodologia operacional compreendeu o uso de técnicas do Sistema de Informações Geográficas e do Sensoriamento Remoto. A metodologia teórica metodológica foi embasada em Ab Saber (1969) que propôs três níveis básicos de pesquisa em geomorfologia, Ross (1992) com a proposta de taxonomia do relevo e Bertalanffy (1975) a partir da Teoria Geral dos Sistemas - TGS. No que se referem aos resultados na escala da bacia temos como principais formações litológicas: derrames basálticos e depósitos sedimentares, ambos pertencentes à Morfoestrutura da Bacia Sedimentar do Paraná e depósitos cenozóicos do Terciário e do Quaternário. As morfoesculturas resultantes compreendem áreas de planaltos, planícies e depressões relativas. Os basaltos de formação mais ácida formaram planaltos tabulares, os basaltos de constituição intermediária e básica formaram morros que variam entre 150 e 750 metros de altitude aproximadamente. Nos depósitos da formação Botucatu e Rosário do Sul predominam as colinas e morros de baixa altitude. As planícies flúvio - coluvionares e fluviais estão restritas aos depósitos do Quaternário e do Terciário respectivamente. Os solos localizados nas terras inundáveis foram o chernossolo háplico órtico no trecho médio e superior da bacia e o planossolo háplico eutrófico no trecho inferior. A partir da análise dos dados pluviométricos, que compreendeu o intervalo entre 1999 e 2008, constatou-se que as imagens mais apropriadas para a delimitação do limite superior aproximado das terras inundáveis seria a de outubro de 2005, porém utilizou-se a imagem de setembro de 2005, pelo fato desta, e não da outra, estar disponível. O mês de setembro foi antecedido pelo segundo mês com maior índice pluviométrico para 2005, assim, não houve grande prejuízo na utilização desta imagem. Dos seis mapas elaborados referentes ao aspecto natural das terras inundáveis constatou-se a incidência de lagos em todas as áreas, excluindo apenas o caso do mapa do trecho um jusante onde não há sinal de divagação de canal e alta taxa de alteração dos aspectos naturais. A maioria dos lagos se formaram naturalmente a partir do estrangulamento e abandono de meandro, há também lagos de origem antropogênica. A existência ou não de lagos definiu nomenclatura mais específica das terras inundáveis como fluvias ou flúviolacustres. A partir dos mapas das principais alterações antrópicas contatou-se que no trecho médio e de montante predomina a utilização agrícola. Nas áreas do trecho dois e três de jusante há maior incidência de vegetação natural, porém, de forma insuficiente, a ocupação urbana neste trecho se apresenta na maioria das vezes de forma concentrada. Constatou-se que nas áreas mais a jusante as terras inundáveis são maiores do que nas áreas mais a montante, o que pode ser explicado, entre outros fatores, pela influência do relevo na configuração espacial destas áreas. Acredita-se que a partir dos esforços aqui realizados que tiveram por base pressupostos conceituais e aplicados da Geomorfologia, foi possível melhor compreender as terras inundáveis, para a área de estudo e de forma geral independentemente de fatores de localização ou espaciais.

ASSUNTO(S)

geomorfologia geomorphology mapeamento mapping terras inundáveis wetlands

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