Manta de Petrolina - PE: uma alternativa para agregar valor à carne ovina / Manta (Boned and Salted meat) of Petrolina/PE: An Alternative to Adding Value to lamb meat

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A manta ovina, alimento proveniente da desossa, salga e secagem de carcaças de ovinos típico da região do Submédio do Vale do Rio São Francisco, tendo como referência a cidade de Petrolina PE - Brasil, foi avaliada com o objetivo de obter-se informações, que embasam o estabelecimento de padrões de identidade e qualidade deste produto. Na presente pesquisa foi descrito o processo, identificados os perigos potenciais para segurança do produto e avaliada a qualidade físico-química (cor, pH, Aa, PPC, FC, umidade, cinzas, proteínas e lipídeos), microbiológica (coliformes totais e termotolerantes, bactérias halófilas, Salmonella sp e Staphylococcus aureus) e sensorial (aparência, aroma, sabor, textura e avaliação global) de mantas ovinas provenientes de três estabelecimentos produtores em Petrolina - PE. Os valores médios de pH (6,22 0,22), atividade de água (0,970,02), umidade (69,862,26) e proteínas (22,231,96) da manta ovina a caracterizam como um produto perecível, sendo necessário o uso de outros métodos de conservação combinados com o sal, como a conservação pelo frio. A manta apresenta 4,14 2,23% de lipídeos e, cerca de 60% dos minerais encontrados (3,19 0,57%), estão na forma de cloretos (1,93 0,64), estando este fato diretamente associado ao uso do sal, ingrediente indispensável para a elaboração do produto. As perdas por ocasião da cocção variaram significativamente (P≤0,05) entre 14,79 % e 22,39 %. Tanto a avaliação instrumental (3,180,12 kgf) quanto a avaliação sensorial (7,44) da textura revelaram que a manta é um produto macio que agrada o consumidor. Na avaliação sensorial não houve diferença significativa (P≥0,05) entre as amostras servidas nos três restaurantes para os atributos sensoriais, cuja pontuação obteve escores médios acima de sete, em escala que variou de 1 a 9, mostrando que a manta é um produto cárneo com aparência, aroma, maciez e sabor que agradam o consumidor. A avaliação microbiológica indicou ausência de Salmonella sp, porém apresentou contagem de Staphylococcus que ultrapassam os limites preconizados pela legislação brasileira, o que reforça a necessidade de aplicação e manutenção de práticas higiênicas que garantam a segurança do produto. Observou-se que o processo envolve a aplicação de uma tecnologia tradicional na região Nordeste, que se utiliza da salga, método milenar de conservação, porém com uma técnica inovadora de desossa peculiar da região, obtendo-se um produto cárneo característico de grande potencial de exploração. Os resultados encontrados revelam a semelhança na qualidade nutricional, física, sensorial e microbiológica das mantas, demonstrando a similaridade dos métodos de produção adotados nos três estabelecimentos estudados, o que fortalece a necessidade de padronização do processo e criação de um regulamento técnico de identidade e qualidade para este produto cárneo derivado.

ASSUNTO(S)

carne ovina carne de sol salga secagem tecnologia de alimentos lamb dried meat salting

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