Manifestações estomatológicas da paracoccidioidomicose

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Otorrinolaringologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2001-09

RESUMO

Forma de estudo: Retrospectivo clínico. Material e método: Para elaboração da presente pesquisa, foi realizada a revisão de 187 prontuários médicos de pacientes provenientes do Serviço de Infectologia do Ambulatório de Micoses Profundas do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná em Curitiba-PR, no período de maio de 1985 a março de 1998. Os objetivos foram traçar o perfil epidemiológico, descrevendo as manifestações estomatológicas encontradas na amostra, discutir sobre os achados encontrados estabelecendo comparações com a literatura pertinente, observar possíveis mudanças e se estas são significativas, bem como observar a sensibilidade dos corantes que foram usados na histopatologia (HE, PAS e GROCOTT) em 20 lâminas. Foi estabelecido um protocolo prévio, para obtenção de dados, referentes à epidemiologia da doença, como as manifestações orais, descrevendo o tipo e localização destas lesões. Nos resultados encontrados, o sexo, a idade, a naturalidade, a procedência e a profissão dos pacientes foram fatores determinantes na descrição do perfil epidemiológico e demográfico da amostra estudada (187 casos), comparada com a literatura pertinente. Resultado: A avaliação dos resultados evidenciou mudanças pouco significativas em relação à epidemiologia da doença. E ficou bem evidenciada, também, a exuberância nas manifestações orais da doença, que são muito comuns e com freqüência levam à piora do estado geral do paciente ou mesmo à manutenção da doença, pela dificuldade de alimentação que aumenta a imunossupressão. Da amostragem dos 187 pacientes revista por este estudo, 167 (89,3%) eram do sexo masculino e 20 (10,7%) do feminino. Em relação à idade, 75 (40,1%) estão entre 41 e 50 anos, destacando-se alguns aspectos: 81 pacientes (43,3%) eram agricultores, sendo que 93 (49,7%) eram oriundos do interior do Paraná. A perda de peso foi relatada em 72 (17,22%) das 418 queixas, seguidas de dispnéia. Em relação à forma da lesão, 85 (41,46%) dos pacientes não apresentavam lesões visíveis. Naqueles em que as lesões eram visíveis, as mais comuns foram a ulcerada e a granulomatosa, seguida esta da moriforme. O local com maior incidência de lesões foi a região de lábios, seguida de orofaringe e de palato duro; foi também observado o aparecimento de mais de um tipo de lesão em um mesmo paciente. Dos 187 pacientes, cinco (2,65%) apresentavam tuberculose concomitantemente, e 140 (72,54%) não apresentavam linfonodos palpáveis. Dos pacientes 127 (67,92%) negaram fazer uso de bebida alcoólica, e 117 (62,57%) eram tabagistas. O envolvimento pulmonar foi predominante em 160 (51,78%) dos casos analisados. Na histopatologia, a técnica da coloração pela prata (GROCOTT) mostrou-se mais sensível, comparada às colorações HE e o PAS, para a visualização na demonstração do agente etiológico P. brasiliensis.

ASSUNTO(S)

blastomicose sulamericana paracoccioidomicose lesões orais

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