Manifestações bucais na osteogênese imperfeita : avaliação clínica em pacientes no Hospital Universitário de Brasília

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma desordem hereditária do tecido conjuntivo com uma incidência que varia de 1: 5.000 a 1: 10.000 nascimentos. A principal manifestação clínica da doença é a fragilidade óssea. A OI pode estar associada a alterações dentinárias conhecidas como Dentinogênese Imperfeita (DGI), que é uma condição genética que afeta a formação da dentina e envolve dentes decíduos e dentes permanentes. No presente estudo foram avaliados 26 pacientes com OI na Clínica de Anomalias de Desenvolvimento Dentário do HUB Brasília, DF submetidos a tratamento cíclico com bisfosfonatos. Dos indivíduos examinados, 41,67% apresentavam DGI e estes mostraram alterações na coloração da coroa e atrição dentária em ambas as dentições, sendo a dentição decídua mais afetada do que a dentição permanente. Radiograficamente, os indivíduos com DGI apresentaram coroas com morfologia bulbosa, constrição cervical, raízes encurtadas e polpas obliteradas. Em grande parte da amostra não foi observada alteração na cronologia de erupção e no desenvolvimento dentário. O defeito de desenvolvimento de esmalte mais prevalente na amostra foi a opacidade difusa, tanto na presença como na ausência de DGI. Não foi observada nenhuma alteração periodontal nos indivíduos estudados, porém o Índice ceod-CPOD para avaliação da doença cárie mostrou valores elevados quando comparados com a população normal (SB BRASIL, 2003). Este valor mais elevado foi dado não pela doença em si, mas pela atrição acentuada com necessidades restauradoras. A avaliação do Complexo Craniofacial mostrou que os indivíduos com OI apresentaram medidas cefalométricas muito próximas da normalidade, exceto o valor médio do comprimento efetivo da mandíbula e o valor médio da altura facial posterior, que foram estatisticamente menores em comparação com os indivíduos normais. Além da comparação com os indivíduos normais, este estudo também realizou uma comparação entre grupos de indivíduos portadores de OI tipo I e tipo III. Nesta comparação, observaram-se diferenças estatisticamente significantes com relação aos valores que relacionam a maxila e a mandíbula em relação à base do crânio. Os indivíduos portadores de OI tipo III apresentaram uma retrusão estatisticamente maior, tanto da maxila quanto da mandíbula em relação à base do crânio.

ASSUNTO(S)

dentinogênese imperfeita ossos - crescimento osteogênese imperfeita ciencias da saude odontologia esmalte dentário pamidronato brasília (df) anomalias humanas

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