Manejo medicamentoso após estimulação subtalâmica na doença de Parkinson: uma perspectiva fenotípica

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Neuro-Psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-04

RESUMO

Resumo A estimulação cerebral profunda do núcleo subtalâmico (ECP NST) é um tratamento estabelecido para doença de Parkinson (DP), que leva à melhora das flutuações motoras, da discinesia e do tremor. Após a cirurgia, deve haver uma estratégia cuidadosa de programação da estimulação e do manejo medicamentoso, pois um desequilíbrio entre eles pode comprometer a qualidade de vida. O gerenciamento clínico não é simples e depende de vários sintomas motores e não motores perioperatórios. Nesta revisão, discutimos os dados da literatura sobre o tratamento clínico agudo após a ECP NST na DP e propomos um algoritmo clínico baseado no perfil fenotípico do paciente no período perioperatório. Em geral, nos estudos clínicos, a dose diária equivalente de levodopa é reduzida em 30 a 50% um ano após a cirurgia. Em pacientes que recebem altas doses de medicações dopaminérgicas ou com alto risco de impulsividade, recomenda-se redução inicial do agonista dopaminérgico após a ECP NST, para evitar síndrome hiperdopaminérgica, particularmente a hipomania. Por outro lado, uma rápida redução de agonistas dopaminérgicos em mais de 70% durante os primeiros meses pode levar à síndrome de abstinência do agonista dopaminérgico, com apatia, dor e disautonomia. Em pacientes com discinesia grave antes da cirurgia, é recomendada redução inicial na dose de levodopa. Finalmente, quando o fenótipo do paciente antes da cirurgia é o parkinsonismo grave (flutuação motora) com ou sem tremor, a redução da medicação após a cirurgia deve ser mais conservadora. O tratamento médico individualizado após a ECP contribui para o sucesso final da terapia.

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