Manejo da administração intratecal de nusinersena em adolescentes e adultos com atrofia muscular espinhal 5q e cirurgia prévia de coluna

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Neuro-Psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-02

RESUMO

RESUMO Introdução: A atrofia muscular espinal (AME) é uma desordem neurodegenerativa dos motoneurônios inferiores frequentemente associada à ocorrência de deformidade da coluna vertebral. Nusinersena é um oligonucleotídeo antisense que aumenta os níveis da proteína SMN, sendo administrado através de injeções lombares intratecais frequentes. Assim, deformidades da coluna vertebral e abordagem cirúrgica prévia são desafios importantes para a administração de medicamentos na AME. Objetivo: descrever os métodos de imagens utilizados para administração do Nusinersena nos pacientes com AME. Métodos: Os procedimentos de administração de nusinersena em pacientes com AME dos tipos 2 e 3 submetidos à cirurgia prévia da coluna foram analisados retrospectivamente para descrever os métodos de imagem e punção, e a ocorrência de complicações. Resultados: Nove pacientes com AME (14 a 50 anos) foram submetidos a 57 punções lombares para administração de nusinersena. Seis pacientes tinham enxerto ósseo ou nenhum espaço interlaminar disponível; em cinco deles foi utilizada uma abordagem transforaminal, e outra paciente foi submetida à abertura cirúrgica de janela óssea para as injeções. A punção transforaminal foi realizada usando tomografia computadorizada (TC) em três casos e fluoroscopia nos outros dois, com taxa de sucesso semelhante. Um paciente no grupo de abordagem transforaminal apresentou radiculite pós-procedimento e outro apresentou reação vagal (hipotensão). Em três casos, com espaço interlaminar preservado, foram realizadas técnica de punção interlaminar posterior e apenas um evento adverso foi relatado (cefaleia pós-punção). Conclusão: Em pacientes com AME e cirurgia prévia, o uso de intervenção guiada por imagem é necessário para a administração de nusinersena. A técnica transforaminal é indicada nos casos onde o espaço interlaminar não está disponível, devendo ser guiada por TC ou técnicas de imagem fluoroscópica.

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