Malária transfusional: relato de caso de doador assintomático infectado por Plasmodium malariae

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-02

RESUMO

No Brasil a malária é endêmica na Amazônia, porém casos autóctones com baixas parasitemias ocorrem na área costeira de Mata Atlântica. De acordo com a legislação brasileira, não são obrigatórios testes para detecção de malária em doadores de sangue de áreas não-endêmicas; entretanto são excluídos por seis meses aqueles com relato de deslocamento para áreas de transmissão. Este trabalho descreve um caso de malária transfusional ocorrido em São Paulo, Brasil, em que um paciente recebeu sangue infectado, desenvolvendo a doença. Ele residia em São Paulo e não apresentava histórico de transfusão anterior ou deslocamentos para áreas endêmicas, incluindo as de baixa endemicidade, como a Mata Atlântica. A gota espessa revelou Plasmodium malariae. Os doadores eram residentes em São Paulo e um deles (045-0) apresentou hemoscopia e PCR positivos. Este era assintomático com PCR positiva para P. malariae e viagem para Juquiá, Mata Atlântica de São Paulo, onde são descritos casos esporádicos de malária autóctone. Amostras de soro do receptor e de todos os doadores foram ensaiadas por ELISA com antígenos de P. vivax e P. falciparum e RIFI com P. malariae. O doador 045-0 apresentou RIFI positiva para P. malariae. ELISA-P. vivax foi reagente no doador infectado (045-0) e em dois dos 44 doadores. Todos os soros foram negativos com antígeno de P. falciparum. Este caso aponta a necessidade de revisão dos critérios de triagem clínico-epidemiológica para evitar casos transfusionais e também adequar as estratégias de exclusão de doadores de sangue.

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