Macroalgas marinhas associadas a bancos de rodolitos do infralitoral do Espírito Santo, Brasil / Marine macroalgae associated to rodoliths beds from Espírito Santo state, Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/02/2011

RESUMO

Macroalgas têm sido descritas no Brasil desde a região entremarés até cerca de 120 metros de profundidade na plataforma continental. O objetivo deste trabalho foi a caracterização da flora marinha bêntica em bancos de rodolitos entre 20-30 metros de profundidade, do infralitoral sul do estado do Espírito Santo. Os métodos utilizados neste projeto incluíram a coleta meticulosa de material através de mergulho autônomo, que preserva o material mais frágil em contraste com a utilização de dragagem. Estudos no infralitoral do estado do Espírito Santo são muito escassos. Esta flora é conhecida principalmente pela análise de material arribado nas praias e proveniente de algumas dragagens e mergulhos. Este trabalho procura contribuir para o inventário da flora de algas marinhas brasileiras, assim como contribuir para o conhecimento da biodiversidade de macroalgas enfocando especialmente a flora do infralitoral através de um estudo sistemático, descrevendo e ilustrando os aspectos mais importantes das espécies encontradas. Foram identificados 138 táxons de algas marinhas, sendo 77,5% (107 táxons) representantes do Filo Rhodophyta, 11,6% (16 táxons) representantes do Filo Chlorophyta e 10,9% (15 táxons) representantes da Classe Phaeophyceae. Observou-se também que a riqueza de espécies de macroalgas no inverno decresce acentuadamente em relação ao período de verão. Esta redução na riqueza de espécies pode ser explicada pela instabilidade gerada nos bancos de rodolitos no período de inverno, pela maior frequência de tempestades. Dois gêneros são referidos pela primeira vez para o Atlântico ocidental, Tsengia K. C.Fan &Y.P. Fan (Halymeniales/Rhodophyta) e Pugetia Kylin (Gigartinales/Rhodophyta). Foram registradas duas novas ocorrências para a flora marinha brasileira, Erythrocladia endophloea M.A. Howe e uma espécie ainda não identificada de Pseudobryopsis Berthold. Dezesseis novas ocorrências foram registradas para o estado do Espírito Santo: Acrochaetium liagorae Børgesen, Anotrichium yagii (Okamura) Baldock, Caulerpa brachypus Harvey, Ceramium affine Setchell &N.L.Gardner, Chondria dasyphylla (Woodward) C. Agardh, Dasya caraibica M.A. Howe, Dasya rigidula (Kützing) Ardissone, Derbesia vaucheriaeformis (Harvey) J. Agardh, Erythrocladia pinnata W.R. Taylor, Gracilaria blodgettii Harvey, Griffithsia globulifera Harvey ex Kützing, Nitophyllum cf. punctatum (Stackhouse) Greville, Rhipiliopsis stri (S. Earle &J.R. Young) Farghaly &Denizot, Streblonema invisibile Hoyt, Udotea unistratea D.S. Littler &M.M. Littler e Yuzurua poiteaui (J.V. Lamouroux) Martin-Lescanne var. gemmifera (Harvey) Sentíes, M.T. Fujii &Díaz-Larrea. Para Platoma cyclocolpum (Montagne) F. Schmitz, Platoma sp. e Dudresnaya sp., espécies de rara ocorrência na costa brasileira, são fornecidas informações sobre estruturas reprodutivas e estádios de pós-fertilização. Estas novas adições na flora indicam a importância da realização de pesquisas em áreas pouco estudadas da costa brasileira. O infralitoral ainda representa uma lacuna no conhecimento das algas e outros organismos marinhos. Estudos que utilizam mergulho autônomo geralmente fornecem novidades para a comunidade científica, principalmente no que diz respeito às espécies frágeis que não resistem aos métodos de dragagem.

ASSUNTO(S)

bancos de rodolitos espírito santo state estado do espírito santo infralitoral macroalgae macroalgas rhodoliths beds sublittoral

Documentos Relacionados