Lúpus eritematoso sistêmico: avaliação do estado nutricional, da atividade física e dos fatores associados ao excesso de peso

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/07/2010

RESUMO

Introdução: Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) podem apresentar alterações nutricionais desencadeadas pela doença ou pelo tratamento, e essas condições podem interferir no prognóstico. Dois terços dos pacientes com LES apresentam excesso de peso e destes 30% são obesos. No entanto, pouco se conhece sobre o efeito do excesso de peso nestes pacientes. Objetivos: Avaliar o estado nutricional e a atividade física em pacientes com LES. Determinar as características sócio-demográficas, clínicas, laboratoriais e uso de medicamentos nestes pacientes e avaliar os fatores associados ao excesso de peso. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Foram incluídas 170 mulheres entre 18 e 60 anos e que preencheram os critérios de classificação para LES, segundo o Colégio Americano de Reumatologia. As características nutricionais, clínico-laboratoriais, sócio-demográficas, de tratamento e atividade física foram avaliadas. Resultados: A média (DP) de idade das pacientes e o tempo de duração da doença foi de 39,1 anos (10,0) e 9,9 anos (6,2), respectivamente. Duas (1,2%) pacientes foram classificadas como magreza grau I, 59 (34,7%) como eutróficas, 61 (35,9%) como sobrepeso, 37 (21,8%) como obesidade grau I, sete (4,1%) como obesidade grau II e quatro (2,4%) como obesidade grau III. As pacientes foram classificadas em três grupos (eutróficas, sobrepeso e obesas) e observou-se que aquelas com sobrepeso e obesas apresentaram maior idade, menor escolaridade, maior índice de dano do LES, maior concentração sérica de complemento, maior frequência de hipertensão arterial e de diabetes mellitus, presença de insuficiência ovariana e menor frequência do uso de antimaláricos. Quando divididas em dois grupos (eutróficas e excesso de peso) identificaram-se os seguintes fatores associados ao excesso de peso: idade 40 anos , tempo de estudo <8 anos , sem ocupação, índice de dano maior ou igual a um, hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, níveis séricos de creatinina 0,87mg/dL e de triglicerídeos 150mg/dL. A frequência de pacientes eutróficas que faziam uso de antimaláricos e corticosteróides foi maior que aquelas pacientes com excesso de peso. Na análise multivariada maior idade e maior concentração sérica de creatinina e a não utilização de metotrexato foram independentemente associados ao excesso de peso. Quanto à atividade física, 39 pacientes (22,9%) foram classificadas como inativas, 100 (58,8%) como insuficientemente ativas e 31 como (18,2%) ativas. Conclusões: A frequência de excesso de peso, nesta população, foi elevada em relação a população geral e esteve associada a alguns fatores de pior prognóstico do LES. Além disso, a maioria das pacientes não apresentou atividade física adequada o que pode ter contribuído com essa alteração nutricional. Logo, incentivar a perda de peso e a prática de atividade física deve fazer parte dos principais objetivos do tratamento de todo paciente com LES. Estudos prospectivos poderão avaliar se estas características associadas ao excesso de peso irão interferir na evolução ou no prognóstico da doença.

ASSUNTO(S)

lúpus eritematoso teses. lúpus eritematoso sistêmico/complicações decs estado nutricional decs obesidade decs atividade motora decs exercício decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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