Livros didÃticos de lÃngua portuguesa: propostasdidÃticas para o ensino da linguagem oral

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Este trabalho analisa as propostas didÃticas para o ensino da linguagem oral em duas coleÃÃes de livros didÃticos recomendadas pelo Programa Nacional do Livro DidÃtico â PNLD 2004 (âPortuguÃs uma Proposta para o Letramentoâ e âVitÃria-RÃgia - LÃngua Portuguesaâ), com vistas a saber se as atividades presentes nesses manuais contribuem para que os alunos se apropriem das prÃticas discursivas da oralidade. Para a anÃlise do objeto investigado, realizamos uma anÃlise temÃtica de conteÃdo atravÃs da abordagem de pesquisa qualitativa. Na construÃÃo das categorias, apoiamo-nos na abordagem indutivo â construtiva, que toma os dados como ponto de partida para a construÃÃo das categorias. Subsidiamos a discussÃo teÃrica à luz da noÃÃo de lÃngua como prÃtica discursiva, recorremos a autores tais como Bakhtin (1992), Marcuschi (2001), Schneuwly e Dolz (2004), e, no tocante a reflexÃo sobre os livros didÃticos, apoiamo-nos em Batista (1999), Batista e Costa Val (2004) e Lajolo (1996). Em nossa anÃlise, evidenciamos que as coleÃÃes exploram gÃneros textuais que circulam em esferas pÃblicas e privadas, oportunizando um espaÃo de reflexÃo sobre a produÃÃo oral em registros formais e informais. No que diz respeito ao trabalho com a modalidade oral, os gÃneros textuais apresentados ajudam a reflexÃo sobre os recursos multimodais utilizados pela fala na produÃÃo discursiva. Quanto à relaÃÃo fala e escrita, observamos que as coleÃÃes exploram o tema em perspectivas diferenciadas. Enquanto a primeira coleÃÃo evidencia as mÃltiplas relaÃÃes entre a fala e a escrita, a segunda enfatiza as diferenÃas entre as modalidades de uso da lÃngua, nÃo favorecendo uma reflexÃo que leve em conta o continuum tipolÃgico. As atividades que contemplam a variaÃÃo lingÃÃstica, em ambas as coleÃÃes, nÃo credenciam a oralidade como portadora exclusiva dessa propriedade, concebendo a variaÃÃo como elemento constitutivo das lÃnguas. Mas, no que diz respeito à variaÃÃo de registro, encontramos na segunda coleÃÃo, propostas que demonstram fragilidade ao tratar os graus de formalismo, conduzindo a uma reflexÃo que pode favorecer a um equÃvoco conceitual no aprendiz. Os Manuais dos Professores oferecem ajuda aos docentes no sentido de operacionalizar as atividades ampliando as propostas para os alunos, oportunizando, por vezes, uma maior reflexÃo sobre a oralidade. ConcluÃmos o estudo mostrando que as propostas apresentadas pelas coleÃÃes instrumentam o aluno a fazer uso das diferentes prÃticas discursivas, entretanto, ainda à perceptÃvel, na segunda coleÃÃo, problemas nos encaminhamentos de atividades que podem conduzir a uma reflexÃo equivocada sobre a linguagem oral. Dessa forma, consideramos que ainda hà um percurso a ser construÃdo no sentido de efetivar o trabalho com a oralidade em sala de aula como um eixo de ensino de lÃngua portuguesa, sobretudo, no que concerne aos livros didÃticos de lÃngua portuguesa, para que a linguagem oral se efetive enquanto conteÃdo a ser ensinado e adquira consistÃncia nas propostas pedagÃgicas

ASSUNTO(S)

ensino oral language livros didÃticos linguagem oral teaching educacao pedagogical books

Documentos Relacionados