LIMITES E PERSPECTIVAS DO TRABALHO EM EQUIPE NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE PB: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS / LIMITES E PERSPECTIVAS DO TRABALHO EM EQUIPE NO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA DE CAMPINA GRANDE PB: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DOS PROFISSIONAIS

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

No Brasil, a partir de 1994, o Ministério da Saúde criou o Programa Saúde da Família (PSF), sendo o município de Campina Grande-PB, juntamente com mais 13 municípios no país, pioneiro na implantação desta proposta. O PSF se propõe ser uma estratégia para reorganização da atenção básica, com vistas à mudança no modelo assistencial de saúde. O programa enfatiza, entre outros aspectos, ações interdisciplinares no sentido de assegurar a efetivação dos princípios do Sistema Único de Saúde. Desse modo o presente estudo tem como objetivo principal analisar as representações sociais dos profissionais sobre o trabalho em equipe no PSF de Campina Grande PB. Os objetivos específicos são analisar os limites e perspectivas deste trabalho, verificando se há intercâmbio de saberes voltados para construção de um trabalho interdisciplinar ou se prevalece o trabalho cotidiano fragmentado. A pesquisa desenvolveu-se à luz da Teoria das Representações Sociais, através das contribuições de Serge Moscovici, para quem as representações sociais são entendidas como conhecimento prático e do senso comum elaborados por grupos sociais e veiculados pela comunicação social. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na qual foram utilizados como instrumentos de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada e a observação participante, com registro em Diário de Campo. Foram entrevistados 24 profissionais, dos quais três são médicos, três são enfermeiros, quatro são auxiliares de enfermagem, dois são cirurgiões dentistas, dois são assistentes sociais, nove são agentes comunitários de saúde (ACS`s), e um é auxiliar de consultório dentário. A análise das entrevistas foi feita a partir da proposta de Análise de Conteúdo Temática sugerida por Bardin (1977). Trabalhou-se com quatro agrupamentos temáticos: Representação do PSF, Representação do Trabalho no PSF, Representação do Trabalho em Equipe e Representação do Trabalho Interdisciplinar. Para todos os profissionais entrevistados o PSF foi representado como um programa que trouxe contribuições positivas. O trabalho no PSF é representado como planejado, organizado, e gratificante. Por outro lado, vários discursos expressam insatisfações. O trabalho em equipe por sua vez foi representado como trabalho complementar, como trabalho entre iguais, respeitar o espaço do colega e como estar em família, sendo esta última representação enfatizada por parte dos profissionais de nível médio, numa visão utópica e romântica. No que diz respeito ao trabalho interdisciplinar destacaram-se representações como troca de saberes, diálogo e conjunto de profissionais. A pesquisa aponta que o trabalho em equipe no PSF é representado como uma convivência compartilhada no mesmo espaço físico, indicando uma abordagem multiprofissional sem que haja de fato a interdisciplinaridade. O desafio que se apresenta para os profissionais permanece, já que não se observa o rompimento com o paradigma tradicional da saúde, calcado, entre outros componentes, na fragmentação e superposição do conhecimento.

ASSUNTO(S)

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