Limitações do Exame Neurológico Evolutivo (ENE) como um instrumento de avaliação motora para crianças da primeira série
AUTOR(ES)
Caçola, Priscila M., Bobbio, Tatiana G., Arias, Amabile V., Gonçalves, Vanda G., Gabbard, Carl
FONTE
Brazilian Journal of Physical Therapy
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/10/2010
RESUMO
CONTEXTUALIZAÇÃO: Muitos clínicos e pesquisadores brasileiros consideram o Exame Neurológico Evolutivo (ENE), um instrumento válido e confiável para crianças brasileiras em idade escolar. Entretanto, desde a sua criação, surgiram outros testes para uma avaliação mais profunda de habilidade motora, os quais vão além de detectar status motor geral em forma de sinais neurológicos leves. OBJETIVOS: Demonstrar os pontos fracos do ENE como teste de avaliação de habilidade motora para crianças de primeira série. MÉTODOS: Trinta e cinco crianças realizaram 7 itens selecionados do ENE, 7 do teste Bruininks-Oseretsky (BOT) e 7 do Visual-Motor Integration Test (VMI), numa sessão única de 30 minutos. Para cada item, os participantes receberam a classificação "êxito" ou "fracasso", como prescrito por cada manual. RESULTADOS: Os testes chi-quadrado e ANOVA indicaram que a vasta maioria das crianças (74%) passaram nos itens do ENE, enquanto os valores para os outros testes foram 29% (BOT) e 20% (VMI). Análises das categorias específicas (fino, visual e motor grosso) revelaram um resultado similar. CONCLUSÕES: Estes dados sugerem que, enquanto o ENE pode ser um teste válido e confiável para detecção de status motor geral, a sua atuação como instrumento diagnóstico e de encaminhamento para identificação de habilidade motora é questionável. Uma das nossas recomendações é a consideração de uma versão do ENE revisada, baseada nas necessidades atuais de profissionais clínicos e pesquisadores.
ASSUNTO(S)
habilidades motoras performance psicomotora desenvolvimento da criança
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