Liberdade e Solidariedade: visões sobre o cativeiro em um julgamento afro-baiano do século XVII
AUTOR(ES)
Marcussi, Alexandre Almeida
FONTE
História
DATA DE PUBLICAÇÃO
17/09/2018
RESUMO
RESUMO Este artigo consiste em uma leitura do processo inquisitorial de Simão, africano liberto nascido no Congo e residente no Recôncavo Baiano no final do século XVII. Simão foi denunciado ao Santo Ofício de Lisboa em 1685 após ser acusado pelo proprietário André Gomes de Medina e por seus escravos de matar outros cativos com feitiços. Antes de ser remetido à inquisição, foi informalmente julgado na propriedade de André de Medina e condenado como feiticeiro em uma cerimônia judiciária e religiosa de origem africana, conduzida por uma sacerdotisa chamada Grácia, praticante de calundus. A interpretação do julgamento de Simão conduzido pelos escravos intenta evidenciar as concepções de culpa, inocência e de liberdade no seio da comunidade escrava da região. A partir da análise, sugiro que muitos cativos africanos exerceram uma forma ideológica de resistência à escravidão que não se pautava na reivindicação da liberdade, em termos modernos, mas sim na defesa de um ideal caracteristicamente africano de solidariedade.
ASSUNTO(S)
calundu resistência escrava inquisição religiões afro-brasileiras
Documentos Relacionados
- Simpósio 2 — redes solidárias, autogestão e solidariedade: Redes solidárias, autogestão e solidariedade: o desafio da mudança social
- Simpósio 2 — redes solidárias, autogestão e solidariedade: Um outro olhar sobre a inclusão social e o trabalho do educador
- Novos caminhos, cooperação e solidariedade: a Psicologia em empreendimentos solidários
- Religião, educação e solidariedade: um estudo dos pressupostos antropológicos de Hugo Assmann
- Simpósio 2 — redes solidárias, autogestão e solidariedade: Redes solidárias, autogestão e solidariedade