Liberdade e Natureza : o problema da finitude e infinitude da vontade na Introdução da Filosofia do Direito de Hegel

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

30/08/2010

RESUMO

O presente trabalho é uma análise do desenvolvimento do conceito de vontade livre na Introdução da Filosofia do Direito de Hegel. Neste texto, Hegel aborda o conceito de vontade segundo três figuras (Gestalt) ou três níveis (Stufen), que são a vontade natural, o livre arbitrio e a vontade livre em si e para si. As duas primeiras figuras manifestam a liberdade finitamente, enquanto a última manifesta-a de modo infinito. Portanto, a análise do desenvolvimento destes níveis se centrará sobre o problema da finitude e infinitude da manifestação e realização da liberdade no mundo objetivo do espírito. O problema próprio deste tema, com efeito, é que a vontade, enquanto momento (Moment) de autodeterminação do espírito livre, tem a natureza por sua pressuposição e ponto de partida. Dessa maneira, investigar o tema da liberdade da vontade, em seus diferentes modos de manifestação, é investigar, antes de tudo, a relação entre liberdade e natureza, ou melhor, é investigar a relação entre a autodeterminação do querer com seus conteúdos volitivos naturais, tais como desejos e inclinações. Por isso, a análise da presente Dissertação recorre à tematização de Hegel feita na Filosofia do Espírito Subjetivo, onde o filósofo aborda a relação especulativa entre espírito livre e natureza. A hipótese interpretativa que defende este trabalho é a afirmação de que o problema da finitude da liberdade não concerne ao fato de a vontade de se auto-determinar por conteúdos naturais, pois, em Hegel, podemos encontrar uma consideração holística sobre a relação entre liberdade e natureza. Portanto, tanto nos modos finitos do desenvolvimento da liberdade da vontade, quanto em seu modo infinito e pleno, o querer busca satisfação, se determinando por conteúdos provindos da natureza, sem que por isso deixe de ser livre e autônomo. Desse modo, o presente trabalho procurará mostrar que a concepção de Hegel sobre a vontade livre não é uma concepção purista, que procurasse fundar o mundo humano do espírito por exclusão de sua relação com a naturalidade.

ASSUNTO(S)

vontade liberdade espírito natureza finitude, infinitude filosofia will, freedom, spirit, nature, finitude, infinitude

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