Lessing na estética de Adorno: música, pintura e a questão da pseudomorfose

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FONTE

Trans/Form/Ação

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/10/2019

RESUMO

Resumo: Neste artigo, propõe-se uma confrontação entre a teoria dos signos de Gotthold E. Lessing, tal como exposta em Laocoonte ou sobre as fronteiras da pintura e da poesia (1766), e os dois ensaios de Theodor W. Adorno sobre as relações entre música e pintura (de 1950 e 1965). Pretende-se, com isso, demonstrar a presença decisiva de elementos da estética clássica alemã no pensamento adorniano do pós-guerra; em particular, observa-se o modo pelo qual a teoria racionalista de Lessing atua na abordagem dialética adorniana a respeito da irredutibilidade formal dos meios artísticos e das possibilidades de sua convergência. À luz de tal confrontação, discutem-se, em um segundo momento do artigo, os temas da conferência de Adorno de 1966, A arte e as artes, que, em certa medida, consubstancia a discussão dos ensaios anteriores sobre música e pintura. Assinala-se, nesse contexto, a continuidade da posição teórica de Adorno e se apresentam as diferenças entre o processo de pseudomorfose e o de imbricação (Verfransung) dos meios artísticos, segundo o filósofo.Abstracts: This article presents a comparison of Gotthold E. Lessing’s theory of signs, as found in his Laocoön: an essay on the limits of painting and poetry (1766), and Theodore W. Adorno’s two essays on the relationship between music and painting. Our aim is to point out the decisive influence of German classical aesthetics on Adorno’s post-war aesthetics. Specifically, we discuss how Lessing’s theory functions as a framework for Adorno’s dialectical assessment of the formal specificity of artistic media and their possibilities of convergence in the context of the 1960’s avant-garde. In this context, we discuss the main implications of Adorno’s famous lecture of 1966, Art and the arts, which concerned the process of media convergence (Konvergenz) that intensified during the 1960’s, as well as the concepts of “overlapping” (Verfransung) between artistic media and of “pseudomorphosis”.

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