Lesões na córnea: incidência e fatores de risco em centro de terapia intensiva de adultos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de adultos podem apresentar um maior risco para lesão na córnea, pois, geralmente, encontram-se sedados ou comatosos, impossibilitados de um fechamento palpebral eficaz. Esse tipo de agravo pode trazer prejuízos significativos para a qualidade de vida do paciente, bem como dificuldade de reinserção social. O objetivo geral deste estudo é analisar o problema da lesão na córnea em pacientes internados em UTI geral de adultos de um hospital público e de ensino, e os objetivos específicos são: estabelecer o grau de concordância na avaliação corneana entre uma enfermeira intensivista, médico intensivista e um oftalmologista; estimar a incidência das lesões na córnea em pacientes internados em UTI geral de adultos de um hospital público e de ensino; identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões na córnea em pacientes internados em uma UTI geral de adultos de um hospital público e de ensino; propor um modelo de predição de risco para o desenvolvimento de lesão na córnea a partir das variáveis selecionadas no modelo logístico. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, realizado no período de maio de 2008 a maio de 2009, em que foram acompanhados 254 pacientes para verificar o desenvolvimento ou não de lesões na córnea e os fatores de risco para agravo. Os dados foram submetidos a análise descritiva, univariada e regressão logística múltipla. Dos 254 pacientes incluídos no estudo, 59,4% desenvolveram lesão na córnea durante o período de estudo, com tempo médio de aparecimento da lesão de 8,9 dias. As lesões foram do tipo puntacta (55,1%) e úlceras de córnea (11,8%). O modelo final, a partir da análise por regressão logística múltipla, através do método de Forward, incluiu as variáveis independentes que predispõem o paciente ao risco para o desenvolvimento de lesão na córnea. As demais variáveis independentes se mantiveram constantes: tempo de internação até o aparecimento/regressão da lesão; intubação, ventilação mecânica ou traqueostomia; piscar de olhos menor que cinco vezes por minuto e uso de bloqueador muscular. As variáveis independentes que predispõem a risco para lesão na córnea do tipo puntacta, mantendo as demais variáveis independentes constantes, são: tempo de internação; outro dispositivo de assistência ventilatória; presença de edema e piscar de olhos menor que cinco vezes por minuto. As variáveis independentes que predispõem a risco para lesão na córnea do tipo úlcera de córnea, mantendo as outras variáveis independentes constantes, são: escala de coma de Glasgow e exposição do globo ocular. Os resultados do estudo permitem elaborar uma proposta para inclusão de um novo diagnóstico de enfermagem de Risco para Lesão na Córnea.

ASSUNTO(S)

fatores de risco decs estudos retrospectivos decs enfermagem decs unidades de terapia intensiva decs estudos prospectivos decs humanos decs enfermagem teses diagnóstico de enfermagem decs córnea/lesões decs adulto decs dissertações acadêmicas decs Úlcera da córnea/epidemiologia decs equipe de assistência ao paciente decs

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