Lesões bucais em pacientes pediátricos : estudo retrospectivo de 620 biópsias registradas no Laboratório de Patologia Bucal da Universidade Federal de Uberlândia-MG-Brasil
AUTOR(ES)
Marília Rodrigues Moreira
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
Na infância, especificamente, a prática odontológica tem se restringido aos cuidados com a preservação da dentição e dos tecidos periodontais, expressa basicamente pela prevenção e tratamento da cárie, doença periodontal e má-oclusão, deixando uma lacuna quanto ao diagnóstico e tratamento das lesões de tecidos moles e duros. Os estudos objetivando este conhecimento são esparsos, limitando-se àqueles de caráter epidemiológico de base populacional ou a descrição de casos clínicos isolados. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo epidemiológico retrospectivo das doenças bucais em idade pediátrica, baseado no levantamento dos casos diagnosticados no Laboratório de Patologia Bucal da Universidade Federal de Uberlândia no período compreendido entre 1978 e 2004. Para tanto, foram levantados neste período (27 anos) 7292 casos registrados nos arquivos do Laboratório. Deste total, 8,5% dos casos, correspondendo a 620 biópsias, satisfizeram os critérios da faixa etária limítrofe (0-14 anos) e de situarem-se nos tecidos bucais. Para sua classificação, foram utilizados os critérios de Happonen et al (1982) com pequenas modificações, agrupando-as em 10 categorias. Nossos resultados mostram que a maioria dos casos se concentrou no grupo mais velho, ou seja entre 10-14 anos (375/620), o sexo feminino foi o mais afetado (356/620) e o lábio inferior foi a localização mais freqüente (198/620). As 10 categorias identificadas na amostra apresentaram a seguinte freqüência: lesões hiperplásicas e reacionais de tecidos moles (20,2%); tumores benignos dos tecidos moles (7,0%); lesões da mucosa oral (3,4%); cistos dos maxilares e tecidos moles orais (14,4%); doenças periapicais e cicatriz fibrosa (4,2%); tumores odontogênicos (6,1%); lesões ósseas (2,7%); lesões de glândulas salivares (35,5%); lesões malignas (0,9%) e espécimes dentais e tecidos normais (5,5%). O maior número de lesões foi encontrado nos grupos de lesões de glândulas salivares (35,5%), lesões hiperplásicas e reacionais de tecidos moles (20,2%) e cistos dos maxilares e tecidos moles (14,4%). A mucocele foi a entidade mais prevalente (33,7%) em todo o estudo seguida pelo cisto dentígero (6,8%) e hiperplasia fibrosa (5,3%). As doze lesões mais freqüentes foram responsáveis por 74% de toda a amostra.
ASSUNTO(S)
lesions oral pathology childhood odontologia boca - doenças lesões mouth boca - ferimentos e lesões infância: patologia bucal disease
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1466Documentos Relacionados
- Lesões bucais em pacientes idosos: estudo retrospectivo de 838 casos diagnosticados e registrados no laboratório de patologia bucal da Universidade Federal de Uberlândia-MG-Brasil
- LesÃes bucais em pacientes idosos: estudo retrospectivo de 838 casos diagnosticados e registrados no laboratÃrio de patologia bucal da Universidade Federal de UberlÃndia-MG-Brasil
- Biópsias de lesões orais e maxilo-faciais em pacientes pediátricos brasileiros: estudo retrospectivo de 16 anos
- Estudo dos casos de ameloblastomas diagnosticados no Laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
- Rumos e legitimidade da universidade pública no Brasil um estudo da Universidade Federal de Uberlândia