Lesão de bexiga após trauma por causas externas : relato de 20 anos de experiência em estudo de corte transversal baseado na população local = Bladder injuries after external trauma : 20 years experience report in a population-based cross-sectional view / Bladder injuries after external trauma : 20 years experience report in a population-based cross-sectional view

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/08/2012

RESUMO

Objetivos: este estudo revisa o estado atual e as implicações do trauma de bexiga nas últimas duas décadas e traz à tona o significado do uso de escores de trauma como uma ferramenta neste cenário, bem como expõe o impacto pouco explorado das lesões associadas ao trauma de bexiga, principalmente lesões do reto, sobre a morbidade e sobrevida. Métodos: gênero, idade, mecanismo / localização dalesão, lesões associadas, pressão arterial sistólica (PAS), Escore de Trauma Revisado (Revised Trauma Score - RTS), Escore de Gravidadade da Lesão (InjurySeverity Score - ISS), Escore de Severidade da Lesão no Trauma (Trauma InjurySeverity Score - TRISS), complicações e tempo de permanência hospitalar, foram analisados em estudo prospectivo de lesões vesicais coletados no período entre 1990 a 2009 em um centro de referência para trauma. Resultados: Entre 2.575 pacientes que foram submetidos à laparotomia após trauma, 111 (4,3%) apresentaram lesões de bexiga grau II ou maior, sendo 83,8% (n = 93) homens, idade média de 31,5 anos (± 11,2). Mecanismo contuso foi responsável por 50,5% (n = 56) - acidentes com veículos automotores (47,3%) e atropelamentos (29,1%). Ferimentos causados por projétil de arma de fogo representaram 87,3% dos casos de mecanismo penetrante. A lesão mais freqüente foi grau IV (51 pacientes, 46%) de acordo com a classificação da Associação Americana para Cirurgia do Trauma (AAST - OIS). A média do ISS foi de 23,8 (± 11,2), TRISS 0,90 (± 0,24), e RTS 7,26 (± 1,48). Gravidade da lesão da bexiga, mecanismo, localização da lesão da bexiga, e nem lesão do reto concomitantemente foram associadas a complicações, maior tempo de permanência hospitalar ou morte. A taxa de mortalidade foi de 10,8%. ISS >25 (p = 0,0001), PAS <90 mmHg (p = 0,0001), RTS <7,84 (p = 0,0001) e fratura pélvica (p = 0,0011) foram altamente associados com o prognóstico sombrio e morte com razão de risco de 5,46, 2,70, 2,22, e 2,06, respectivamente. Conclusões: Escores de trauma e fratura pélvica demonstraram impacto na sobrevida no trauma de bexiga. A taxa de mortalidade manteve-se estável durante as últimas duas décadas.

ASSUNTO(S)

ferimentos e lesões traumatismo múltiplo aparelho urinário indices de gravidade do trauma wounds and injuries multiple trauma urinary bladder trauma severity indices

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