Ler sem engasgar: dois tipos de recepção do jornalismo infantil da Folhinha - suplemento infantil da Folha de S. Paulo
AUTOR(ES)
Mônica Pinto Rodrigues da Costa
DATA DE PUBLICAÇÃO
1992
RESUMO
O presente trabalho estuda dois tipos de recepção do suplemento infantil Folhinha, da Folha de S.Paulo, que é destinado a um público de 7 a 12 anos, crianças filhas de pais com ocupações profissionais de formação superior, conforme informam pesquisas sobre o perfil do leitor do jornal. Os estudos de recepção basearam-se em dois anos de discussão com crianças dos colégios Degrau e Logos, de são Paulo, comigo, nas suas escolas, em 1989 e 1990. No momento deste trabalho, eu me encontrava editando o suplemento, coma acontece até o presente período. Esta dissertação estuda o leitor escolar. O resultado das discussões configura-se como o primeiro tipo de recepção, que investigou a forma como as crianças lêem e decodificam o jornal a elas destinado. Leitura aqui é entendida do ponto de vista semiótico, com interrelações dos signos e suas interpretações. O segundo tipo é uma pesquisa de opinião, elaborada pelo instituto de pesquisas Data Folha, em 1991, que foi orientada pelas mesmas perguntas que formulei às crianças com as quais mantive contatos, entre estudantes de escolas também paulistas, na faixa etária do leitora- do da Folhinha. A pesquisa e as experiências de leitura, como respondem às mesmas perguntas, são passíveis de comparações que conduzem a conclusões teóricas sobre o modo de pensar da criança coincidentes com a conceituação piagetiana sobre o desenvolvimento da inteligência na infância. As conclusões sobre ambos os tipos de recepção, qualitativo e quantitativo, servem como parâmetro para se tentar compreender a decodificação do jornal pela criança. Os objetos escolhidos para observação, pesquisa e interpretação foram os signos que o suplemento veicula o texto, a ilustração e a fotografia, vistos sob a perspectiva do leitor. A pergunta chave que orientou este trabalho, para cotejar emissão e recepção, foi: o leitor da Folhinha assimila as informações do caderno do modo que os jornalistas que as produzem pensam que ele o faz? A partir desse pressuposto, a dissertação procura mostrar o modo de decodificação de leitura, os padrões que são assimilados e usados em jornais que as próprias crianças fazem e como a Folhinha pôde, pode e poderá desenvolver-se ao tomar como referência a perspectiva infantil de leitura e escrita do jornal
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9722Documentos Relacionados
- O CADERNO FOLHETIM E O JORNALISMO CULTURAL DA FOLHA DE S. PAULO (1977 - 1989)
- Pequeno leitor de papel: jornalismo infantil na Folhinha e no Estadinho
- Folha de S. Paulo : meaning production processes on Iraq war
- Folha de São Paulo: o diário oficial do grande irmão
- Estudo da polifonia nas notícias da Folha de S. Paulo relativas à educação