LER E ESCREVER COMO POSSIBILIDADE DE UMA RELAÇÃO INFANTIL COM O TEMPO

AUTOR(ES)
FONTE

Hist. Educ.

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/11/2019

RESUMO

Resumo Este artigo problematiza como as crianças vêm se relacionando com o tempo, por meio do exame de cadernos escolares datados de 1923 a 2016, recolhidos no Estado do Rio Grande do Sul, e a partir do exame de oficinas realizadas com alunos e professores em escolas públicas. Destaca-se, arquegenealogicamente, o deslocamento de práticas de escrita e de leitura que tematizavam a vida e a morte para uma contagem cronológica do tempo, em que a infância vem sendo narrada como promessa de futuro e, mais contemporaneamente, atravessada pelos sintomas da aceleração, do desempenho e da instrumentalidade utilitária. Opta-se, assim, por tomar a infância como uma condição da experiência, potencializada por escritas e leituras que poderiam tornar possíveis outros modos de pensamento e existência.Abstract This paper problematizes the way in which children have related with time, by examining school notebooks dated from 1923 to 2016 collected in the State of Rio Grande do Sul, in the south of Brazil, and workshops held with students and teachers in public schools. Arche-genealogically, it highlights the displacement of writing and reading practices that addressed life and death to a focus on a chronological time counting, in which childhood has been both narrated as a promise of future and, more contemporarily, crossed by symptoms of acceleration, performance and utilitarian instrumentality. Thus, it regards childhood as a condition of experience, which can be potentialized by writings and readings that might enable other ways of thinking and existing.

Documentos Relacionados