Leishmaniose Visceral Canina: Doença de Caráter Fibrosante

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2010

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo estudar as alterações da matriz extracelular com ênfase à colagenogênese no fígado, baço, linfonodos cervicais, pulmões e rins de cães naturalmente infectados com Leishmania (Leishmania) chagasi considerando aspectos clínicos, anátomo-patológicos e parasitológicos. Para esse estudo foram utilizados materiais pertencentes a 30 cães, sendo divididos em dois grupos: seis animais não infectados pertencentes ao grupo controle e vinte e quatro animais infectados sintomáticos. Os animais, sem raça e idade definidas, foram obtidos de inquérito epidemiológico de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) realizado pelos Centros de Controle de Zoonoses (CCZ) dos municípios de Santa Luzia e Ribeirão das Neves do estado de Minas Gerais. Foram considerados animais sintomáticos aqueles que apresentavam pelo menos um sinal clínico da LVC: lesões de pele (alopecia, eczemas, seborréia, ulcerações), perda de peso e linfadenopatias. Fragmentos incluídos em parafina dos órgãos dos animais de todos os grupos foram selecionados do acervo pertencente ao Laboratório de Neuro - Imunopatologia Experimental (NIPE) do Departamento de Patologia Geral (DPAG) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lâminas histológicas foram confeccionadas e coradas pela coloração rotineira de Hematoxilina e Eosina (H&E) e colorações especiais pela prata amoniacal de Gomori, para marcação das fibras colágenas. Para o estudo do parasitismo tecidual empregou-se a técnica imuno-histoquímica da estreptoavidinaperoxidase para detecção de amastigotas de Leishmania. As análises morfométricas foram feitas utilizando o programa KS300 e pelo sistema de análise de imagens Kontron Elektronic/Carl Zeiss, Germany. Após análise quantitativa da deposição colagênica observou-se um aumento significativo da deposição de fibras colágenas em todos os órgãos estudados. De fato, houve diferença estatística da colagenogênese em todos os órgãos quando comparada aos animais controles. Além disso, foram encontradas correlações positivas entre o parasitismo tecidual e a deposição de colágeno nos diferentes órgãos, com a exceção dos pulmões. Alem dos resultados quantitativos obtidos, a análise histológica qualitativa demonstrou deposição de fibras colágenas preferencialmente no fígado, pulmões e rins. Essa deposição era focal ou difusa, sendo que as fibras apresentavam-se ora mais espessas, ora mais delgadas, dispostas em várias direções e por vezes enoveladas. Nossos resultados demonstram que na LVC há fibrogênese no fígado, baço, linfonodos cervicais, pulmões e rins, caracterizando um quadro de fibrose sistêmica associada ao parasitismo tecidual e a processos degenerativos e inflamatórios.

ASSUNTO(S)

patologia teses. leishmania infantum/patogenicidade decs leishmaniose visceral/imunologia decs matriz extracelular decs fígado/patologia decs baço/patologia decs linfonodos/patologia decs rim/patologia decs pulmão/patologia decs cães decs imunoistoquímica decs leishmaniose visceral/patologia decs dissertações acadêmicas decs dissertação da faculdade de medicina da ufmg.

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