Legislinho e sua turma no manguezal em sala de aula: contribuições para a educação ambiental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Este trabalho apresenta reflexões das possibilidades didático-pedagógicas do uso da revista em quadrinhos Legislinho e sua turma no manguezal, para o desenvolvimento de valores e atitudes em prol da conservação e preservação dos manguezais, particularmente do Rio Perequê, em Itapema-SC. Buscou fundamentos na abordagem crítica, na perspectiva de Paulo Freire, e de autores que a utilizam na Educação Ambiental (GUIMARÃES, 2005, 2006; LOUREIRO, 2004, 2006), algumas contribuições sobre percepção e imagem (RIO; OLIVEIRA, 1999; SANTAELLA, 1995). Sobre histórias em quadrinhos (HQs) e a importância das mesmas na aprendizagem, encontramos subsídios nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, Parâmetros, 1998), Barbosa (2006), Guimarães (2002) e outros. A pesquisa é um Estudo de Caso, em associação com Análise Documental desenvolvida com 10 professores de uma Escola Estadual de Educação Básica no município de Itapema, em Santa Catarina. As etapas do estudo incluíram: entrevista semi-estruturada; tabulação dos dados, aplicação da técnica de Grupo Focal, distribuição da revista a 30 alunos da 7 série e professores para atividades em sala de aula; análise da mesma em conexão com seus relatos. Foram utilizadas categorias propostas por Trajber e Manzochi (1996) para identificar na revista: conceitos, atitudes e valores ambientais; a visão de ser humano; valorização do lúdico e do estético; abordagem crítica das questões ambientais; a valorização da experiência vivenciada e conteúdos curriculares pouco trabalhados. O personagem protagonista da história - Legislinho - é um signo, representado por uma lâmpada e um livro. A Análise Documental identificou conhecimentos referentes ao ecossistema manguezal e seu entorno; a importância das leis que o protegem; valorização do lúdico e do estético, explorando as analogias apresentadas e atividades como colorir desenhos e brincadeiras do personagem, buscando com isto despertar a consciência crítica. Os professores relataram a importância da revista indicando elementos para a aprendizagem de conceitos, mudanças de hábitos e atitudes sobre o manguezal, com destaque para aspectos como a legislação, pouco conhecida por eles e pelos alunos. Notou-se que a visão do manguezal como um lugar sujo e poluído deixou de fazer parte do discurso dos professores e dos alunos após o uso do material e debates sobre o mesmo. Os alunos apresentaram suas experiências e uma visão positiva em relação aos conteúdos e imagens da revista produzindo outros materiais como fôlderes e novas histórias. Algumas limitações da revista foram: custo, limitação dos quadrinhos, falta de orientação pedagógica para os educadores, alguns aspectos específicos sobre a legislação do manguezal e uma ênfase bem maior na questão da sustentabilidade do que da complexidade. A revista pode representar uma ferramenta de apoio à prática docente na Educação Básica, auxiliando no processo de inserção da dimensão ambiental nas práticas pedagógicas, na construção de conhecimentos e na formação de valores e atitudes conscientes voltados à preservação e conservação desse ecossistema

ASSUNTO(S)

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