Lectinas de cerne e entrecasca de Myracrodruon urundeuva: atividade antimicrobiana e larvicida sobre Aedes aegypti
AUTOR(ES)
Francis Soares Gomes
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
Sementes de plantas sÃo fontes de lectinas, proteÃnas que interagem com carboidratos e promovem aglutinaÃÃo de eritrÃcitos. A interaÃÃo de lectinas com carboidratos resulta em atividades antimicrobiana e inseticida encontradas nessas proteÃnas. Cerne de Myracrodruon urundeuva à resistente a fitopatÃgenos. Aedes aegypti transmite os agentes etiolÃgicos da febre amarela e da dengue. Vacina para o vÃrus da dengue nÃo à disponÃvel e o controle do vetor à essencial para minimizar a incidÃncia da dengue. Este trabalho relata o isolamento das lectinas de entrecasca (MuBL) e cerne (MuHL) de M. urundeuva. AvaliaÃÃo da atividade antimicrobiana de MuHL contra bactÃrias e fungos que atacam plantas, incluindo madeira, e os efeitos de MuHL e MuBL sobre larvas de A. aegypti foram tambÃm descritos. Atividade larvicida foi investigada com extratos, fraÃÃes salinas e lectinas isoladas. As lectinas foram isoladas por tratamento do extrato bruto com sulfato de amÃnio seguido por cromatografia em coluna de quitina. MuBL e MuHL foram avaliadas por eletroforese em condiÃÃes nativas (PAGE) e desnaturantes (sulfato sÃdico de dodecila, SDS-PAGE). A especificidade a carboidratos das lectinas foi avaliada pelo ensaio de inibiÃÃo da atividade hemaglutinante (AH) usando N-acetil-Dglicosamina e por cromatografia de afinidade sobre N-acetil-Dglicosamina imobilizada em gel de agarose. PAGE caracterizou MuBL e MuHL como proteÃnas bÃsicas de massas moleculares 14,0 e 14,4 kDa, respectivamente. A interaÃÃo das lectinas com N-acetil-Dglicosamina foi detectada pela inibiÃÃo da AH pelo monossacarÃdeo e adsorÃÃo das lectinas na matriz de N-acetil-D-glicosamina. MuHL inibiu bactÃrias Gramnegativa e Gram-positiva e foi mais efetiva que o antifÃngico Cercobin na inibiÃÃo do crescimento de fungos fitopatogÃnicos. Todas preparaÃÃes de M. urundeuva promoveram mortalidade larval. Foram obtidos valores de CL16, CL50 e CL84 de 0,077, 0,125, 0,173 para MuBL e 0,03, 0,04 e 0,05 mg/mL para MuHL. A atividade antimicrobiana detectada revela o possÃvel papel de MuHL na resistÃncia do cerne de M. urundeuva contra agentes biolÃgicos deteriorantes. A lectina de M. urundeuva à o primeiro peptÃdeo bioativo encontrado em cerne, provavelmente estocado como uma proteÃÃo quÃmica contra biodegradaÃÃo. Para nosso conhecimento este à o primeiro relato de atividade larvicidal de lectinas contra A. aegypti.
ASSUNTO(S)
aedes aegypti larvicidal activity bark aedes aegypti lectin atividade antimicrobiana heartwood atividade larvicida aantimicrobial activity entrecasca cerne myracrodruon urundeuva lectina biologia e fisiologia dos microorganismos myracrodruon urundeuva
Documentos Relacionados
- Lectina e metabÃlitos secundÃrios do cerne de Myracrodruon urundeuva: atividades antioxidante, antifÃngica sobre Fusarium e termicida sobre Nasutitermes corniger
- Estudo fitoquímico e avaliação da atividade larvicida de Pterodon polygalaeflorus Benth (Leguminosae) sobre Aedes aegypti
- Atividade larvicida de óleos essenciais contra Aedes aegypti L. (Diptera: Culicidae)
- Atividade larvicida de taninos isolados de Magonia pubescens St. Hil. (Sapindaceae) sobre Aedes aegypti (Diptera, Culicidae)
- Atividade larvicida do óleo de Anacardium humile Saint Hill sobre Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera, Culicidae)