Lamelar keratoplasty of dogs using equine amniotic membrane. Clinical and morphological study / Ceratoplastia lamelar em cães usando membrana amniótica eqüina. Estudo clínico e morfológico

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A membrana amniótica tem se consolidado no tratamento das afecções da superfície ocular. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade e a eficácia do implante de MA eqüina, preservada em glicerina a 98%, na reparação de ceratoplastias lamelares em cães, por meio do estudo da avaliação clínica pós-operatória dos animais, do tempo de cicatrização, da reconstrução da arquitetura da córnea, da resposta inflamatória, e da composição colágena do estroma corneal no local do implante. Foram selecionados 12 cães, sem raça definida, machos ou fêmeas, divididos em quatro grupos de três, que tiveram tempos de observação distintos: 2, 7, 21 e 40 dias. Foi realizada ceratoplastia lamelar de 5 mm de diâmetro em um dos olhos de cada animal, seguida da aplicação do implante de membrana amniótica eqüina de 6 mm. Durante o período de observação, exame clínico oftalmológico foi realizado nos cães, com intervalos de 48 horas e ao final deste período, foram submetidos á eutanásia. Os olhos em estudo foram enucleados e fixados para posterior análise. Foram utilizados três métodos de coloração para o estudo histológico do tecido implantado: hematoxilina-eosina (HE), ácido periódico de Schiff (PAS) e picrossirius. Além disso, procedeu-se a imunomarcação para colágenos tipo I, III, e V, com uso de pepsina para digestão das fibras colágenas heterotípicas exposição dos epítopos. Clinicamente os implantes foram completamente epitelizados em aproximadamente 10 dias, os neovasos apresentaram involução progressiva a partir dos 20 dias de pós-operatório, estando ausentes ao final dos 40 dias de observação, restando apenas uma nébula no local da lesão. À microscopia óptica, observou-se resposta inflamatória moderada, presença de epitélio pavimentoso estratificado aos sete dias e epitelização completa aos 21 dias. Aos 40 dias a membrana basal do epitélio apresentou-se reconstituída. O colágeno tipo I teve sua expressão no estroma intensificada aos 21 dias de pós- operatório. O colágeno tipo III está presente na membrana amniótica, sua a ausência no local do implante, aos 21 dias, mostrou remodelamento do tecido implantado. O colágeno tipo V, presente no estroma da córnea, teve sua expressão aumentada aos 7 e 21 dias, retornando à distribuição normal aos 40 dias de pós-operatório. Assim concluí-se que: a membrana amniótica eqüina é viável como implante em córnea de cão, sendo incorporada ao estroma, resultando em restabelecimento parcial da transparência no local de implante; o colágeno do tecido implantado é remodelado e substituído já aos 21 dias de pós-operatório; a pepsina foi eficiente na digestão das fibras e exposição dos epítopos dos colágenos nas fibras heterotípicas

ASSUNTO(S)

amniotic membrane cornea cães ophthalmology dogs oftalmologia córnea membrana amniótica

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