Lactose e glutamina mais ácido glutâmico em rações para leitões desmamados aos 21 dias de idade / Lactose and L-glutamine plus L-glutamic acid in diets for piglets weaned at 21 days of age

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes níveis de lactose e da inclusão de glutamina + ácido glutâmico nas rações sobre o desempenho, a morfometria da mucosa e a composição da microbiota intestinal dos animais, utilizou-se 126 suínos mestiços comerciais, desmamados aos 21 1 dias de idade, com peso inicial de 6,12 0,70 Kg, distribuídos em delineamento de blocos ao acaso. Foram realizados dois experimentos. No experimento 1, os tratamentos consistiram em rações contendo 0, 4, 8 e 12% de lactose dos 21 aos 35 dias, com seis repetições e três animais por unidade experimental. No experimento 2 testou-se a inclusão de glutamina mais ácido glutâmico nas rações contendo 0, 4 e 8% de lactose, também com seis repetições e três animais por unidade experimental. Dos 36 aos 49 dias, nos dois experimentos, todas as rações foram isentas de lactose e os animais que receberam suplementação com glutamina mais ácido glutâmico dos 21 aos 35 dias no experimento 2 continuaram sendo suplementados até o final do experimento. Avaliou-se o desempenho dos animais dos 21 aos 35 e dos 21 aos 49 dias, a morfometria da mucosa intestinal e composição da microbiota intestinal aos 49 dias. As rações experimentais fareladas, isoprotéicas e isoenergéticas, foram formuladas observando-se o conceito de proteína ideal, mantendo-se constantes as relações aminoacídicas entre lisina e os demais aminoácidos essenciais. Todas as rações continham 2% de plasma sanguíneo "spray dried" em sua composição e 0,05% do antibiótico tilosina como promotor de crescimento. No Experimento 1, os níveis de lactose não influenciaram (P<0,05) o ganho de peso, o consumo de ração e a conversão alimentar dos leitões dos 21 aos 35 dias de idade. Também não foi observado efeito (P<0,05) residual da lactose sobre os parâmetros de desempenho, dos 21 aos 49 dias de idade. Apesar de não ter sido observado diferença significativa entre os tratamentos, observou-se que em valores absolutos os animais do tratamento com 0% de lactose apresentaram desempenho inferior ao dos animais alimentados com rações contendo 4, 8 ou 12% de lactose. Os tratamentos também não influenciaram (P<0,05) a altura das vilosidades, a profundidade das criptas e a relação vilo:cripta da mucosa do intestino delgado. O aumento do nível de lactose das rações alterou a composição da microbiota intestinal dos animais, promovendo aumento da quantidade de Lactobacillus spp. em relação ao total de Eubactéria. No experimento 2 não foi observada interação (P>0,05) entre o nível de lactose e a inclusão de glutamina + ácido glutâmico sobre nenhum dos parâmetros avaliados, tanto de 21 a 35 dias quanto no período total do experimento. Os níveis de lactose também não influenciaram (P<0,05) o desempenho dos leitões nos dois períodos avaliados. Entretanto, em valores absolutos, o tratamento com 4% de lactose apresentou os melhores resultados de ganho de peso e consumo de ração nos dois períodos. A inclusão de glutamina mais ácido glutâmico nas rações influenciou (P<0,05) positivamente o ganho de peso dos leitões dos 21 aos 49 dias de idade e promoveu aumento (P<0,05) da altura das vilosidades no duodeno, jejuno e íleo do intestino dos leitões. Na porção do intestino correspondente ao íleo, foi observado efeito (P<0,05) da inclusão de glutamina mais acido glutâmico nas dietas sobre a relação vilo:cripta dos leitões. Com base nos resultados obtidos nos dois experimentos, pode-se concluir que a lactose tem efeito positivo sobre a ecologia microbiana intestinal dos leitões e que a inclusão de glutamina mais acido glutâmico nas rações tem efeito benéfico sobre o desempenho e sobre a altura das vilosidades da mucosa intestinal dos animais.

ASSUNTO(S)

intestino delgado desmame mucosa avaliacao de alimentos para animais weaning slender intestine intestinal villus

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