Laboratório no museu: práticas colaborativas dentro de instituições de arte

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Durante as décadas de 196070, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), sob a direção do prof. Walter Zanini, serviu de espaço para a experimentação de diversas linguagens artísticas. Entre as inúmeras atividades realizadas pelo diretor Walter Zanini, está a sua participação na Conferência Internacional de Museus e Coleções de Arte Moderna no Colóquio Brasileiro de História da Arte, em 1972, em Krakow, Polônia, onde debateu sobre a função de um museu; o contato permanente com diversas instituições de arte fora de nosso país; o incentivo na produção de videoarte num período em que ainda não havia câmeras portáteis disponíveis no mercado brasileiro e, sem dúvida, a série de exposições que incentivou e apoiou nos anos de sua gestão, destacando-se as JACs Jovem Arte Contemporânea. Esta série de exposições, principalmente a VI JAC, em 1972, funda um período de mudanças no MAC/USP, onde o diretor e professor Walter Zanini, os artistas e seus alunos da ECA/USP tiveram a oportunidade de refletir coletivamente os processos de produção desenvolvidos naquele espaço. Além da VI JAC e outras exposições como Prospectiva 74 (1974), Poéticas Visuais (1977) e 7/4/1972 Acontecimentos, a década de 1970 foi marcada, sobretudo no MAC/USP, por intensa exploração dos múltiplos canais de comunicação tecnológica. A arte transformou-se em um veículo acima de sua função estética durante o período da ditadura militar, e esta instituição se tornou um lugar de referência para artistas da América Latina e do Leste Europeu, assim como da Europa e dos Estados Unidos. Fora do Brasil, outros diretores e curadores de museus também estiveram transformando o espaço de instituições de arte em um laboratório de experimentações, como foi o caso do sueco Pontus Hulten em Poetry Must Be Made By All (1969) e Utopians e Visionaries 1970 1981 (1971), e do suíço Harald Szeemann em When Attitude Become Form (1969). No intuito de trazer para a atualidade questões que são referentes à disponibilidade de instituições de arte em repensarem e reestruturarem-se para receberem práticas artísticas processuais, apresentamos algumas propostas de artistas e de curadores refletindo a função do museu hoje. A abordagem do conceito de cubo branco de Brian ODoherty foi aqui contraposta à ideia de um museu equipado, que atende às práticas artísticas experimentais. Arquivo vivo, Lugar laboratório, Outros espaços como extensão do museu e Espaços de colaboração são denominações que foram desenvolvidas a partir da reflexão e análise dos processos artísticos e curatoriais presentes neste trabalho, e que tendem a redimensionar o papel que uma instituição de arte deveria desempenhar. Entre as práticas abordadas atualmente, no Brasil, ressaltamos o trabalho que foi desenvolvido no período de 2006 a 2010 pelo diretor do Centro Cultural São Paulo (CCSP), Martin Grossmann, bem como a criação e coordenação do Fórum Permanente: Museus de arte: entre o público e o privado, ambos, iniciativas que buscam ampliar o conceito de museu como laboratório de experiências, encontro, debate e socialização da arte

ASSUNTO(S)

arte moderna séc. xx instituição de arte práticas artísticas processuais laboratório de experiências museus de arte artes institution of art artistic practices procedures laboratory of experiences

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