LaÃos Afetivos que (Des)Ligam FamÃlias, Adolescentes e Abrigo / Bows of affection that connect and disconnect families, adolescents and shelter.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

No cotidiano de muitas famÃlias brasileiras existem aquelas que nÃo conseguem por motivos, como a falta de assistÃncia do Estado, proteger seus filhos menores de idade que acabam, algumas vezes, indo para instituiÃÃes de abrigamento. No abrigo o (a) adolescente precisa ficar o menor tempo possÃvel para retornar ao convÃvio familiar e comunitÃrio caso possa e queira. Enquanto estÃo na instituiÃÃo, os (as) adolescentes sÃo afetados por emoÃÃes e sentimentos em relaÃÃo ao prÃprio abrigo e em relaÃÃo à famÃlia de origem. Existem laÃos de afeto que ligam e desligam adolescentes institucionalizados, suas famÃlias e o abrigo onde se encontram. Conhecer que afetos sÃo estes e se estes afetos remetem à efetivaÃÃo do direito à convivÃncia familiar e comunitÃria sÃo propÃsitos deste trabalho para problematizar e contribuir na construÃÃo de medidas que visem ao convÃvio familiar e comunitÃrio potencializador. O pÃblico desta pesquisa sÃo adolescentes de 12 (doze) a 18 (dezoito) anos que estejam usufruindo do abrigamento como medida de proteÃÃo. Dois abrigos foram pesquisados, sendo um somente para meninos, de uma OrganizaÃÃo NÃo-Governamental e outro abrigo somente para meninas com natureza governamental na cidade de Fortaleza, CearÃ. Com o intuito de apreender os afetos dos sujeitos para com determinado ambiente foi utilizado o instrumento Mapa Afetivo, que contou com adaptaÃÃes feitas para esta pesquisa a fim de conhecer os afetos dos (as) adolescentes em relaÃÃo ao abrigo. Para aprofundar questÃes advindas dos Mapas e conhecer os afetos em relaÃÃo à famÃlia de origem utilizou-se a entrevista individual. O DiÃrio de Campo foi tambÃm utilizado e permitiu enriquecer o trabalho na coleta de dados. Os dados foram colhidos primeiramente por meio dos Mapas Afetivos e depois foram feitas as entrevistas. O DiÃrio de Campo recebeu registro desde o primeiro momento da coleta. Foi possÃvel perceber por meio destes instrumentos que a imagem de atraÃÃo preponderou entre os (as) adolescentes, tendo em vista as oportunidades que tiveram enquanto estavam abrigados. A proteÃÃo fornecida pela instituiÃÃo marcou uma nova imagem apreendida na anÃlise dos Mapas Afetivos, a de refÃgio, como derivaÃÃo da imagem contraste. Foi visto tambÃm que um longo perÃodo de abrigamento nÃo gera pertinÃncia, nÃo se associa a uma estima positiva pelo ambiente e ainda contribui para o desligamento entre jovens e famÃlias. Os (as) jovens nÃo queriam ficar indefinidamente na instituiÃÃo, queriam voltar para casa, pois o abrigo nÃo era sentido como casa. Vislumbrou-se que os laÃos afetivos entre adolescentes e famÃlia permanecem mesmo com a distÃncia do abrigamento e o que liga o (a) adolescente ao abrigo sÃo as oportunidades que oferece, assim como a proteÃÃo. Verificou-se que o abrigo exerce a funÃÃo de mediador enquanto protege o(a) adolescente e o(a) prepara para retornar à famÃlia e oferece atraÃÃes para o(a) jovem inserir-se no mundo de mais oportunidades. Exercendo esta funÃÃo de mediador, o abrigo contribui para a efetivaÃÃo do direito à convivÃncia familiar e comunitÃria. No entanto, a pesquisa aponta como sugestÃes que as instituiÃÃes de acolhimento respeitem os princÃpios da medida de proteÃÃo de abrigamento que tem carÃter excepcional, de Ãltima instÃncia e provisÃrio e que haja efetivaÃÃo dos direitos dos (as) adolescentes e de suas famÃlias para que estas possam dignamente cuidar e proteger seus adolescentes e oferecer-lhes o que precisam para crescimento pleno e potencializador; que nÃo seja mais necessÃrio ao sujeito estar em situaÃÃo de vulnerabilidade para ter acesso a direitos bÃsicos como à convivÃncia familiar e comunitÃria.

ASSUNTO(S)

emoÃÃes nos adolescentes â fortaleza(ce) adolescentes â fortaleza(ce) â relaÃÃes com a famÃlia adolescentes â assistÃncia em instituiÃÃes â fortaleza(ce) psicologia social families relaÃÃes humanas na adolescÃncia â fortaleza(ce) adolescents adolescentes polÃticas pÃblicas shelter public politics instituiÃÃo de acolhimento affection afetividade famÃlias interaÃÃo social em adolescentes â fortaleza(ce) adolescentes(meninos) â conduta â fortaleza(ce) adolescentes(meninas) â conduta â fortaleza(ce)

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