Juventude em CondiÃÃes de Pobreza: modos de vida e fatalismo / Youth in poverty: ways of life and fatalism

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/03/2012

RESUMO

Os jovens pobres, costumeiramente associados à vitimizaÃÃo pelo envolvimento com drogas, prÃticas ilÃcitas e atos violentos, experienciam no cotidiano inÃmeros desafios como a necessidade de superaÃÃo das adversidades e privaÃÃes cotidianas e a busca pelo alcance dos ideais a eles destinados de obtenÃÃo de realizaÃÃes pessoais e profissionais. A pobreza, considerada sobre o ponto de vista multidimensional da Abordagem das Capacidades (SEN, 2000), impÃe limitaÃÃes que reforÃam as experiÃncias de constante inseguranÃa. Diante dos investimentos frustrados em mudar a realidade, a atribuiÃÃo da responsabilizaÃÃo dos fenÃmenos cotidianos a uma entidade superior aparece como alternativa para lidar com o clima de tensÃo social e tem no fatalismo, enquanto fenÃmeno psicossocial relacionado ao aparente conformismo dos grupos e indivÃduos com condiÃÃes deplorÃveis de existÃncia e com um regime de vida opressor (MARTÃN-BARÃ, 1998), a expressÃo das conseqÃÃncias danosas de viver em uma cultura da pobreza. Dessa forma, esta pesquisa se questiona como o fatalismo se manifesta em jovens que vivem em condiÃÃes de pobreza? A metodologia utilizada, de natureza qualitativa, orienta-se segundo o objetivo geral âanalisar a relaÃÃo existente entre as manifestaÃÃes do fatalismo e os modos de vida da juventude em condiÃÃes de pobrezaâ. A pesquisa foi desenvolvida junto ao Projeto Jovem Aprendiz, realizado pelo Movimento de SaÃde Mental ComunitÃria do Bom Jardim, localizado na periferia da cidade de Fortaleza (Ce). O processo de construÃÃo de dados compreendeu a realizaÃÃo de observaÃÃo participante entre os meses de marÃo e junho de 2012, realizaÃÃo de dois grupos focais, estando presentes 6 sujeitos em cada ocasiÃo, e de autofotografia aliada à entrevista em profundidade com duas jovens que haviam participado dos grupos. Os dados gerados foram analisados a partir da proposta da AnÃlise de ConteÃdo TemÃtica de Laurence Bardin com auxÃlio do software de anÃlise qualitativa Atlas TI 5.2. Foram obtidas 41 categorias de anÃlise, organizadas segundo grandes categorias ou famÃlias intituladas de âmodos de vida da juventude pobreâ, âvida em condiÃÃes de pobrezaâ e âmanifestaÃÃes do fatalismoâ. Ao final, percebe-se que a inseguranÃa decorrente da vida em condiÃÃes pobreza faz com que os sujeitos construam lÃgicas randÃmicas e dissonantes dos reais fatores, fazendo com que a atribuiÃÃo da responsabilidade dos fatos a uma entidade divina se constitua como elemento apaziguador das tensÃes sociais e do sofrimento psÃquico oriundo da inseguranÃa de viver na pobreza. Instaura-se um processo progressivo de individualizaÃÃo do social, que auxilia na instalaÃÃo da culpabilizaÃÃo psicolÃgica dos indivÃduos e na perpetuaÃÃo do fatalismo. O desenvolvimento de prÃticas pautadas na prÃxis de libertaÃÃo aparece como possibilidade de trazer os jovens à reflexÃo e ao diÃlogo sobre os reais fatores impulsionadores das manifestaÃÃes fatalistas. Agradecimentos à CAPES

ASSUNTO(S)

psicologia juventude pobreza modos de vida fatalismo youth poverty ways of life fatalism jovens pobres â bom jardim (fortaleza,ce) â psicologia destino e fatalismo jovens pobres â bom jardim (fortaleza,ce) â conduta jovens pobres â bom jardim (fortaleza,ce) â usos e costumes jovens pobres â bom jardim (fortaleza,ce) â condiÃÃes sociais

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