Isolamento, caracterização molecular e atividade larvicida de isolados de Bacillus thuringiensis Berliner 1911 do Amazonas em Aedes aegypti Linnaeus 1762 (Diptera: Culicidae)

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

18/03/2011

RESUMO

Atualmente, o dengue é um grave problema de saúde pública, especialmente no Amazonas, onde face o alto número de infectados e os óbitos confirmados em decorrência da doença vêm acentuando-se como uma epidemia. O controle do dengue exige múltiplas ações, que vão desde o diagnóstico precoce da doença, o tratamento adequado aos enfermos e o controle do mosquito vetor. Neste último aspecto, buscou-se investigar o controle biológico de Aedes aegypti, com o uso de Bacillus thuringiensis isolados do Amazonas. A partir de 25 amostras de solo coletadas em 9 municípios do estado, obteve-se 484 colônias bacterianas, sendo 11,77% identificadas como B. thuringiensis. Deste total, cinco mostraram atividade larvicida (IBt-03, IBt-06, IBt-07, IBt-28, IBt-30), que juntamente com as estirpes BtAM-27 e Bti IPS-82 foram submetidos à caracterização molecular. Os resultados mostraram que, os cinco genes investigados: cry4Aa, cry4Ba, cry10Aa, cry11Aa e cry11Ba - associados à toxicidade em Diptera - foram detectados apenas no isolado BtAM-27, estando ausentes nos demais isolados. Quanto ao perfil protéico, BtAM-27 mostrou bandas de 130, 58 e 72 kDa, similar ao observado para Bti IPS-82, o que correspondem as toxinas Cry4Ba, Cry10Aa e Cry11Ba. Os demais isolados mostraram perfis diferenciados. Recomenda-se ampliação da caracterização gênica/protéica com os isolados IBt-03, IBt-06, IBt-07, IBt-28 e IBt-30, para outros genes cry e toxinas já descritos ou novos, além de outros fatores associados à toxicidade: b-exotoxinas, a-exotoxinas, hemolisinas, enterotoxinas, quitinases e fosfolipases. Paralelamente à caracterização molecular realizou-se a avaliação da atividade larvicida. O isolado BtAM-27 (8,80 x108 UFC/mL) mostrou nível de esporulação superior ao obtido com a linhagem padrão Bti IPS-82 (6,71x107 UFC/mL). Os isolados IBt-03, IBt-06, IBt-07, IBt-28 e IBt-30 mostraram níveis de esporulação inferiores ao obtido com a padrão. Os bioensaios realizdos com larvas de terceiro estádio de A. aegypti permitiram observar que os menores valores de CL50 foram obtidos com Bti IPS-82 (CL50 0,00007 DCT) e BtAM-27 (CL50 0,00026 DCT). Os demais isolados mostraram atividade larvicida inferior. Na comparação da toxicidade dos isolados em relação à atividade larvicida de Bti IPS-82, observou-se que todos os seis isolados mostraram atividade larvicida mais baixa que a linhagem padrão, sendo BtAM-27 cerca de quatro vezes inferior. Com IBt-03 e com IBt-30, a linhagem padrão foi cerca de 800 vezes superior. Mesmo os isolados de B. thuringiensis do Amazonas tendo mostrado toxicidade inferior à padrão, ressalta-se que a quantidade de esporos nestes foi inferior. Portanto, deve-se buscar estudos com meios de cultura alternativos que favoreçam a esporulação. Desta forma, conclui-se que os seis isolados de B. thuringiensis do Amazonas mostram-se potenciais para o controle biológico de A. aegypti.

ASSUNTO(S)

aedes aegypti - controle biológico zoologia dengue bacillus thuringiensis larvicidas

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