Investimento social privado: um estudo de caso na Organização Bairro da Juventude

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/10/2011

RESUMO

Nas organizações, os dias atuais se caracterizam por tempos de mudanças que se apresentam por meio de múltiplos cenários. Isto traz grandes desafios, como a oferta de respostas rápidas e uma grande agilidade na adaptação a esses cenários. É neste contexto de instabilidades e desafios contemporâneos que as organizações se encontram. Destaca-se, nos últimos anos, o surgimento de uma força econômica e de transformação social, identificada como Terceiro Setor e, com a sua emergência, a necessidade de melhor conhecê-lo. Em paralelo, tem-se a concretização da participação das empresas privadas neste universo social, por meio do Investimento Social Privado (ISP), alavancando investimentos substanciais e estabelecendo relações que ainda precisam ser mais estudadas e divulgadas. É crescente a importância desta relação no Brasil e no mundo, pois tem gerado resultados econômicos e sociais expressivos, assumindo destaque tanto na atuação direta no que diz respeito à busca de soluções para problemas sociais, quanto na discussão, implantação e implementação de políticas públicas. Buscar conhecer, entender e discutir as relações estabelecidas entre organizações do Terceiro Setor e empresas, bem como identificar seus componentes, pode ser entendido como um dos desafios posto ao universo acadêmico. Diante disso, este estudo teve como foco de pesquisa analisar as formas de execução do ISP e os motivos que levam as empresas privadas a realizarem ISP no Bairro da Juventude. Para isso, foi desenvolvido um estudo de caso descritivo na organização Bairro da Juventude, obtendo como amostra vinte e cinco empresas privadas que realizam ISP na Instituição, obedecendo a critérios descritos na metodologia do trabalho. Como resultados, a pesquisa identificou duas formas de execução do ISP por parte das empresas estudadas, forma contínua e esporádica, ambas de maneira indireta, em que o investidor repassa o recurso para que outra organização execute o projeto. Com relação aos motivos que levam as empresas a definirem pela organização estudada, a pesquisa identificou motivos ligados a valores éticos e morais, motivos ligados a certa racionalidade gerencial e por últimos motivos estratégicos que possam gerar algum benefício ao investidor. Outros resultados interessantes foram identificados na pesquisa: embora os investidores não tenham sistemas de avaliação e monitoramento dos investimentos, eles se preocupam e acompanham de maneira informal os investimentos realizados, há um senso comum quanto à necessidade de a empresa contribuir para melhoria da sociedade e uma forma de fazê-lo é por meio de organizações sociais; foi identificada, ainda, uma forte influência do proprietário na definição dos investimentos e como perspectiva de futuro com relação ao ISP identificou-se uma forte tendência de manutenção e ampliação dos valores investidos. Diferentemente de grandes investidores nacionais (membros do GIFE), que estipulam uma série de critérios para a concessão do investimento, os investidores regionais que fizeram parte da pesquisa se mostram mais acessíveis e com menos exigências para a concessão dos investimentos, tornando-se uma interessante fonte de parcerias para as organizações do Terceiro Setor, desde que estas estejam preparadas e consigam estabelecer uma relação de transparência e certa afinidade com os investidores

ASSUNTO(S)

segundo setor terceiro setor investimento social privado administracao associações sem fins lucrativos social private investment third sector private companies

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