Investigação soroepidemiológica e molecular de brucelose e leptospirose em núcleos de conservação de gado curraleiro pé duro e pantaneiro / Seroepidemiological and molecular monitoring of brucellosis and leptospirosis in nucleus of in situ conservation of curraleiro pé-duro and pantaneiro breeds

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/09/2012

RESUMO

As raças bovinas localmente adaptadas aos diferentes ecossistemas brasileiros caracterizam-se como uma alternativa para produção de alimentos, por apresentarem entre outras características, maior resistência a enfermidades. O objetivo geral foi avaliar a situação epidemiológica da brucelose e da leptospirose em núcleos de conservação de bovinos Curraleiros Pé Duro e Pantaneiros no Cerrado e Pantanal, utilizando métodos sorológicos e moleculares no diagnóstico de rebanho destas enfermidades. Foram testados soros de 1.280 bovinos Curraleiros e 248 bovinos Pantaneiros em amostragem de conveniência. Para diagnóstico de leptospirose empregou-se a soroaglutinação microscópica (SAM) e para brucelose adotou-se o teste de antígeno acidificado tamponado (AAT) e confirmação pelo teste de soroaglutinação lenta e 2 mercaptoetanol (2 - ME). Além dos métodos sorológicos descritos, foi empregada a reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção de infecção por Brucella spp. e Leptospira spp. em bovinos Curraleiros Pé Duro, para avaliar a concordância dos resultados de tais testes. A frequência de brucelose em bovinos Curraleiros foi de 0,7% para animais e 25% para rebanhos, enquanto os Pantaneiros foram soronegativos para Brucella abortus. A frequência anticorpos anti-Leptospira em bovinos Curraleiros foi de 44,8% e em Pantaneiros 51,2%. 100% dos rebanhos apresentaram animais soropositivos. Os fatores associados à leptospirose em bovinos Curraleiros foram acesso à área alagadiça, ocorrência de abortos, vacinação contra leptospirose e prática de abate na propriedade. Para bovinos Pantaneiros os fatores associados foram sexo e idade, com maior risco para fêmeas na faixa etária entre 12 e 24 meses. Conclui-se que a brucelose apresenta baixa frequência em bovinos Curraleiros Pé Duro e está controlada em Pantaneiros. A leptospirose revelou-se amplamente disseminada nos núcleos de criação de bovinos de raças localmente adaptadas. Nas duas raças os sorovares mais prevalentes foram Hardjo e Wolffi reforçando o papel dos bovinos como fonte de infecção no rebanho. A ocorrência de positividade para sorovares adaptados à fauna silvestre local sugere a participação da mesma na epidemiologia da leptospirose bovina nos núcleos de conservação das raças. A concordância dos resultados obtidos pela PCR em amostras sanguíneas e pela sorologia para identificação da infecção por Brucella spp. e Leptospira spp. foi fraca, o que reforça da necessidade de validação da PCR tendo em vista que o diagnóstico é mais confiável quando obtido por meio de vários métodos.

ASSUNTO(S)

cerrado diagnóstico pantanal raças bovinas locais zoonoses saude animal (programas sanitarios) cerrado diagnosis local bovine breeds pantanal zoonosis

Documentos Relacionados