Investigação dos genes APEX1, XRCC1, PSA e AR como candidatos a marcadores moleculares para o câncer de próstata

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2009

RESUMO

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente no Brasil. Dentre os genes de interesse relacionados com esta neoplasia, destacam-se os participantes da via dos andrógenos, como o Receptor de Andrógeno (AR), o Antígeno Específico da Próstata (PSA) e os da via de reparo a danos no DNA (APEX1 e XRCC1). Polimorfismos nesses genes são freqüentes na população, podendo levar a alterações das atividades gênicas e contribuir para o risco de desenvolvimento e progressão do tumor. O objetivo deste trabalho foi analisar as freqüências dos genótipos prevalentes, heterozigotos e raros dos genes PSA, XRCC1 e APEX1 e o tamanho das repetições CAGs do gene AR em pacientes com carcinoma de próstata (níveis de PSA superiores a 2,5 ng/mL e confirmação histopatológica) e em indivíduos-controle (PSA menor que 2ng/mL). Peças tumorais de 60 pacientes foram genotipadas por análise de fragmentos utilizando seqüenciador automático para caracterizar o comprimento das repetições CAG, as quais foram divididos em alelos curtos (CAG >20 repetições) ou alelos longos (CAG >20 repetições). Os genes PSA, XRCC1 e APEX1 foram analisados por PCRRFLP e juntamente com o AR foram avaliados quanto a parâmetros histopatológicos clínicos. A freqüência dos genótipos considerados de risco para o gene XRCC1(A/A ou A/G) foi de 57,6% nos pacientes e 62,2% nos controles. Para o gene APEX1 obteve-se 51,2% dos genótipos considerados de risco (G/G ou G/T) nos pacientes e 38,4% nos controles. A análise estatística pelo cálculo da Odds Ratio (OR) e do intervalo de confiança (IC=95%) mostrou associação positiva entre o gene APEX1 (OR=1,68 IC95% 1,10-2,58) e o câncer de próstata. O mesmo resultado não foi observado para o gene XRCC1 (OR=0,82 IC95% 0,53-1,27) e na análise combinada (OR=1,27 IC95% 0,79-2,05). Ambas as variantes dos genes de reparo não se mostraram relacionadas a graus mais agressivos do processo tumoral. Este estudo demonstrou associação do genótipo G/G do gene PSA com um maior risco de desenvolver câncer de próstata. (OR=1,75 IC95%1,05-2,92), assim como as repetições CAGs curtas do gene AR (OR=1,89 IC95% 1,21-2,96). A análise combinada para os dois genes mostrou um aumento de duas vezes no risco para o desenvolvimento da neoplasia (OR=2,02; IC 95%=1,07-3,82). As repetições curtas CAG estão relacionadas com escore de Gleason 7 (4+3), de pior prognóstico (OR=8,8 IC95% 1,06-73,05), enquanto o genótipo G/G está associado a escores de Gleason maiores que 7 (OR=2,54 IC95% 1,27 -5,07). Os resultados das peças tumorais demonstraram que 38,3 % das amostras apresentaram quadros de instabilidade de microssatélites, tanto no sentido de ganhos como de perdas das repetições CAGs. Concluindo, o genótipo raro do gene APEX1 e as variantes gênicas dos genes AR e PSA parecem influenciar a suscetibilidade para o câncer de próstata, além de estarem envolvidas com estágios mais agressivos do processo tumoral.

ASSUNTO(S)

genética molecular cancer genetic aspects prostate gland biological markers (oncology) câncer - aspectos genéticos próstata - marcadores biológicos de tumor

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