Investigação da atividade antiparasitária do Allium sativum L. in vitro e in vivo / Research Antiparasitic Activity of Allium sativum L. In vitro and in vivo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

21/02/2011

RESUMO

Introdução: O alho (Allium sativum L.) tem sido utilizado há milhares de anos para diversas finalidades terapêuticas, entre elas a atividade antiparasitária. Objetivos:Pretende-se com este trabalho, analisar os possíveis efeitos antiparasitários do Allium sativum através de estudos in vitro por microscopia eletrônica de varredura utilizando o Schistosoma mansoni e investigar as atividades do Allium sativum L. em portadores de ascaridíase, ancilostomíase, giardíase e amebíase, bem como determinar o perfil coproparasitológico de uma comunidade em Cabedelo-PB, local de seleção dos pacientes. Metodologia: Para a realização dos ensaios in vitro, vermes adultos machos de Schistosoma mansoni obtidos de camundongos Swiss Webster infectados foram tratados com óleo de Allium sativum L. nas concentrações de 0, 5, 10, 15, 20 mg/mL. Em seguida, foram analisados por microscopia eletrônica de varredura. Para os testes in vivo, os estudos foram conduzidos com a seleção de voluntários parasitados, sendo o PSF do Renascer III em Cabedelo-PB, o local apto a execução do projeto. Na primeira etapa do trabalho foram feitas palestras educativas e após a assinatura do consentimento livre e esclarecido foram distribuídos coletores de fezes. Os exames coproparasitológicos foram realizados no Laboratório de Parasitologia Clínica/CCS da Universidade Federal da Paraíba. Na etapa seguinte, selecionaram-se mulheres portadoras de ascaridíase, ancilostomíase, giardíase e amebíase sem tratamento antiparasitário. Posteriormente, realizaram-se exames físicos e exames de análises clínicas para determinação de parâmetros bioquímicos e hematológicos com a finalidade de selecionar indivíduos aptos a participar da nossa investigação. Após a seleção, as voluntárias foram submetidas ao tratamento diário, pela manhã, durante 15 dias, com as cápsulas de óleo de Allium sativum L. (Óleo de Soja -247,4mg e óleo essencial de Allium sativum L.2,6mg) e foram acompanhadas e monitoradas quanto a ingestão. Em datas previamente agendadas, as fezes foram coletadas no 8 e 16 dia após o início da ingestão das mesmas para a realização de exames pelos métodos de Hoffman, Kato-katz e Ritchie. Resultados: Nos testes in vitro, O tratamento com óleo de Allium sativum L. promoveu danos no tegumento do verme em todas as concentrações. O produto na concentração de 5 mg/mL causou formação de projeções no tegumento; na concentração de 10 mg/mL resultou em danos no tubérculos e os espinhos tornaram-se menores em tamanho além de haver redução na quantidade e nas concentrações de 15 e 20 mg/mL permitiram verificar um aumento no dano ao tubérculo com formação de úlceras, expondo a musculatura do verme. O perfil coproparasitológico da comunidade do Renascer III revelou os seguintes resultados: das 130 amostras analisadas, 104 (80%) foram do sexo feminino e 26 (20%) do sexo masculino. Houve 64 (49,2%) amostras negativas e 66 (50,8%) positivas. A freqüência dos enteroparasitas foi: A. lumbricoides 13,1%; T. trichiura 3,8%; Ancylostomidae 2,3%; S. stercoralis 0,7%; S. mansoni 0,7%; E. nana 30,8%; E. histolytica/E. dispar 13,8%; E. coli 10,0%; G. intestinalis 3,1%; I. bustchlii 1,5%. Para o tratamento com as cápsulas de óleo de Allium sativum L., durante 15 dias, foi selecionada uma amostra de 23 pacientes parasitadas, das quais, 11 com amebíase, 9 com ascaridíase, 2 com giardíase e 1 com ancilostomíase. Nos testes in vivo, no 8 dia de tratamento, todas as pacientes apresentaram exames positivos. No 16 dia, 2 pacientes apresentaram exames negativos, estando parasitadas por E. histolytica/E. dispar.Conclusões: O Allium sativum age sobre os vermes adultos de Schistosoma mansoni sem induzir a morte dos mesmos, mas sendo capaz de promover alterações tegumentares importantes. A administração das cápsulas de óleo de Allium sativum L., por via oral, não apresentou ação antiparasitária nas condições experimentais deste estudo.

ASSUNTO(S)

coproparasitológico parasitoses allium sativum l farmacologia allium sativum parasitosis coproparasitologic

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