Inúteis e perigosos: o "Diário da noite" e a representação das classes populares - São Paulo 1950-1960

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A presente pesquisa vai procurar compreender a natureza do vínculo que o jornal Diário da Noite, de São Paulo, criou com as camadas populares, através das representações que produziu sobre elas no decorrer da década de 50. De propriedade de Assis Chateaubriand desde 1925, em 1950 já era um dos jornais de maior circulação em São Paulo.Definindo-se como "voltado para as grandes massas populares", adquire nesses anos um cunho sensacionalista. Expressando as transformações em curso nos anos 50, tanto acolhe algumas reivindicações populares, com se alinha a setores que vêem a emergência das massas na cena política com preocupação, que interpretam a integração nacional sob o prisma do desenvolvimento econômico e técnico, aliado ao capital internacional, com uma visão restrita quanto à extensão mais ampla do acesso ao direito de cidadania. Utilizando os recursos da imprensa sensacionalista, o Diário da Noite produziu representações sobre as classes populares que legitimaram exclusões e promoveram partilhas sociais. Em suas páginas o "povo", aparece ora com ingênuo, ora como vítima, ora como ignorante ou perigoso, muito mais raramente como cidadão. O Diário da Noite contribuiu assim, para administrar as fronteiras da participação popular, estabelecendo os nexos entre as representações por ele produzidas e a manutenção da ordem social

ASSUNTO(S)

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