Intrathecal infusion of drugs for treatment of chronic nonmalignant pain / Infusão intratecal de opióides para tratamento de dor crônica não decorrente de câncer
AUTOR(ES)
Nilton Alves Lara Júnior
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006
RESUMO
A infusão intratecal de fármacos analgésicos é método considerado útil no tratamento da dor decorrente do câncer. Entretanto, estudos sobre eficácia no tratamento prolongado da dor crônica não decorrente de câncer são escassos. Este trabalho objetivou analisar prospectivamente o resultado do tratamento de 80 doentes com dor crônica não decorrente de câncer com infusão intratecal de morfina. Os resultados foram avaliados quanto à intensidade, características e etiologias da dor, qualidade de vida e complicações dos procedimentos; 42 doentes eram do sexo masculino, a média das idades foi de 48,4 anos e a duração média da condição álgica foi de 53 meses. A dor decorreu de mielopatia em 26,3% dos doentes, de síndrome dolorosa miofascial em 6,3%, de síndrome dolorosa pós-laminectomia em 23,8%, de síndrome complexa de dor regional em 8,8%, de síndrome fibromiálgica em 13,8% e de neuralgia pós herpética em 5,0%. Apresentavam dor neuropática 49 (61,2%), nociceptiva 19 (23,8%) e mista 12 (15%) pacientes. Foram implantadas 62 bombas de acionamento digital para infusão em bolo e 18 bombas de infusão contínua (gás) ou programável. As médias das intensidades da dor reduziram-se de 9,5 para 4,6 segundo a escala visual analógica (EVA) ao final do acompanhamento que variou de 18 a 98 meses (média = 46,7 meses); houve melhora significativa da dor nos doentes com dor neuropática (p <0,001), nociceptiva (p <0,001) ou mista (p = 0,005). Apesar da melhora da qualidade de vida de acordo com SF-36 (30,8 para 49,6) e nas dimensões do Questionário "Treatment of Pain Survey" (TOPS), não houve alteração na capacidade objetiva para o trabalho. Não houve diferença significativa entre infusão contínua e em bolo quanto à melhora da dor (p = 0,597). O consumo de morfina estabilizou-se após o sexto mês de tratamento na maioria dos casos. Não houve diferença significativa quanto à melhora em relação à localização da extremidade do cateter subaracnóideo (p = 0,227). Ocorreu agravamento da dor de 4,9 para 8,9 (p <0,001) durante o período de uso de medicação placebo. Alguns efeitos adversos ocorreram inicialmente e geralmente foram toleráveis. Conclui-se que a infusão intratecal de opióides é método adequado e seguro para o tratamento da dor crônica rebelde não decorrente do câncer.
ASSUNTO(S)
dor intratável pain opiates intractable implantable pumps for intrathecal delivery analgésicos opióides bombas de infusão implantáveis
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