Intranet : compondo a rede autopoiética da organização complexa
AUTOR(ES)
Jane Rech
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007
RESUMO
Desde a sua criação, na década de 90, a Intranet rede corporativa que utiliza a tecnologia e a infraestrutura de comunicação de dados da Internet para a comunicação interna da própria empresa e/ou para a comunicação independente da localização física de seus departamentos e/ou divisões tem conquistado cada vez mais espaço e importância nas empresas contemporâneas. As peculiaridades de sua configuração parecem suscitar novas alternativas de propriedades, que podem representar transformações e avanços para os processos de comunicação, constituindose em um tema relevante para pesquisa. Este estudo tem como objetivo discutir e compreender a constituição da Intranet concebida, no âmbito da comunicação organizacional midiatizada, como lugar de processos comunicacionais emergentes, e assumida enquanto componente da rede autopoiética da organização complexa. Trata-se, portanto, de uma investigação em torno das delicadas relações entre Cultura, Conhecimento e Comunicação, na empresa, tendo o Sujeito como ponto de articulação. O corpus para o fazer científico, no âmbito desta tese, são as falas de sujeitos (funcionários expressando-se por meio da produção de sentido via discurso oral, em situação de entrevista), que utilizam assiduamente a Intranet e também as falas de sujeitos que são responsáveis pela produção e atualização de conteúdos e dispositivos da Intranet, das duas indústrias pesquisadas, uma brasileira e outra francesa. A fundamentação teórica é baseada em Morin, assumindo, como Método, o Paradigma da Complexidade. As práticas sócio-culturais e comunicacionais da Intranet são pensadas a partir da noção de Autopoiese, de Maturana. Para tanto, é realizada uma pesquisa qualitativa, conforme Bauer e Gaskel, respaldada no estudo de caso, segundo Yin. A análise de conteúdo, composta por dois movimentos interpretativos, é inspirada na análise textual qualitativa, proposta por Moraes. O Primeiro Movimento Interpretativo busca compreender como as dimensões da Autopoiese (Autonomia, Circularidade e Autoreferência) se constituem e são expressas em cada uma das empresas pesquisadas. O Segundo Movimento Interpretativo investiga como as dimensões da Complexidade (Comunicação, Cultura e Conhecimento) se constituem e são expressas nas respectivas empresas. Os resultados apontam, dentre outros aspectos, a Intranet como um elemento que favorece a incessante acoplagem dos sujeitos-funcionários ao contexto no qual vivem seu cotidiano na empresa. A partir de duas dinâmicas em constante mudança, a dos funcionários e a da empresa, surge uma relação de congruência, mediada pela Intranet, que perpetua e é perpetuada pela cultura organizacional. A capilarização da Intranet (entendida como espaço de geração e circulação de comunicação, cultura e conhecimento) pelo corpo da empresa, e a apropriação uso que os funcionários fazem dela, geram relações de co-criação ou a contínua reconstrução autopoiética do ambiente empresarial. Finalmente, a pesquisa aponta que não há um único modo de uso e apropriação da Intranet. Ao contrário, isso vai depender do que cada empresa quer que ela seja, no seu contexto, isto é, desde simplesmente uma maneira de melhorar a comunicação interna, até um espaço mais amplo de troca de informações, gestão dos processos de trabalho e gestão da criação do conhecimento da/na empresa
ASSUNTO(S)
intranet autopoiese comunicacao comunicaÇÃo organizacional complexidade
ACESSO AO ARTIGO
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=619Documentos Relacionados
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