Intoxication by Senecio spp.: hepatic morphologic patterns in cattle and aquired resistance in sheep / Intoxicação por Senecio spp. : padrões morfológicos hepáti-cos em bovinos e resistência adquirida em ovinos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Os objetivos do presente trabalho foram caracterizar os diferentes padrões morfológicos hepáticos da intoxicação por Senecio spp. em bovinos observados na área de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da UFPel (LRD) entre 2000-2008, fazendo uma relação com as variações climáticas ocorridas no período; descrever dois surtos da intoxicação por Senecio spp em ovinos; e determinar se doses repetidas e não tóxicas da planta induzem a resistência de ovinos à intoxicação por Senecio brasiliensis. Para tanto, este trabalho foi dividido em duas partes sendo que na primeira foram analisadas as lesões macroscópicas e histológicas dos fígados de bovinos mortos pela intoxicação que foram necropsiados e/ou tiveram órgãos remetidos ao LRD, as quais foram agrupadas em sete diferentes padrões morfológicos. Foram determinados os dados da prevalência dos surtos durante este período e as variações climáticas referentes à precipitação pluviométrica e temperatura média nas diferentes estações do ano. Na segunda parte do trabalho foram descritos dois surtos da intoxicação por Senecio spp. em ovinos. Para determinar se doses não tóxicas da planta verde induzem a resistência em ovinos inicialmente foi determinada a dose tóxica capaz de induzir intoxicação aguda nesta espécie animal. Foram administradas 60, 80, 90 e 100g/kg de peso corporal (pc) a três ovinos. As doses que causaram a morte dos animais foram divididas em duas, cinco e 10 doses administradas diariamente para determinar se os animais apresentavam lesões hepáticas crônicas, sendo que o ovino que recebeu 10g/kg de pc por 10 dias foi desafiado 45 dias após a última administração com a dose de 100g/kg de pc. Para induzir a resistência doses de 15g/kg de peso corporal foram administradas por 30 dias e doses de 30g/kg de pc foram administradas por 10 dias a três ovinos. Dois foram desafiados no dia seguinte ao final da administração da planta e um foi desafiado 15 dias após. Os resultados da análise macroscópica e histológica dos fígados dos bovinos demonstraram que os padrões mais frequentemente encontrados são aqueles caracterizados pela presença e fibrose difusa e presença de nódulos regenerativos, embora nos casos ocorridos entre 2007 e 2008 padrões de lesão com menor quantidade de fibrose e 2 casos de lesão subaguda tenham sido observados. Nos surtos espontâneos de intoxicação por Senecio spp. em ovinos foi observada icterícia, fotossensibilização, perda de peso e morte entre quatro dias e um mês e as lesões macroscópicas caracterizaram-se por icterícia discreta e generalizada e fígado amarelado e firme ou palidez da carcaça, ascite, edema de mesentério e fígado escuro e firme com nódulos esbranquiçados de 1-5 mm de diâmetro tanto na superfície capsular como ao corte. Microscopicamente, as lesões hepáticas eram semelhantes em todos os ovinos afetados e caracterizadas por megalocitose, fibrose periportal, necrose individual e aleatória de hepatócitos e hiperplasia acentuada das células dos ductos biliares. Os resultados da intoxicação experimental demonstraram que doses acima de 90g/kg de pc são capazes de produzir intoxicação aguda e que a dose de 100g/kg de pc fracionada em 10 doses de 10g/kg de pc não induzem resistência à intoxicação nesta espécie animal. Foi demonstrado que doses de 15 g/kg de pc por 30 dias e 30g/kg de pc por 10 dias induzem resistência nos ovinos quando os mesmos são desafiados imediatamente após o término do experimento e que se o desafio é realizado 15 dias após o final do experimento os animais perdem a resistência.

ASSUNTO(S)

bovinos senecio spp. epidemiology cattle plantas tóxicas senecio spp. ovinos poisonous plants medicina veterinaria sheep epidemiologia

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