Intoxicação espontânea por larvas de Perreyia flavipes (pergidae) em ovinos e bovinos e intoxicação experimental em ovinos e coelhos. / Spontaneous poisoning by larvae of Perreyia Flavipes (PERGIDAE) in sheep and cattle and experimental poisoning in sheep and rabbits
AUTOR(ES)
Raymundo, Djeison Lutier
DATA DE PUBLICAÇÃO
2008
RESUMO
Entre os meses de junho e agosto 2006 dois surtos de intoxicação pelas larvas de P. flavipes ocorreram, um em ovinos (surto 1) e outro em bovinos (surto 2). O surto nos ovinos ocorreu nos meses de junho e julho no município de Encruzilhada do Sul RS e morreram 25 ovinos de um rebanho de 175 ovinos e 11 bovinos. Os ovinos eram mantidos em uma área de 40 hectares de pasto nativo. O surto nos bovinos ocorreu no mês de agosto no município de Sombrio SC e morreram 17 animais que estavam num lote de 77 bovinos, o rebanho total da propriedade era de 280 animais. O lote de bovinos estava em uma área de 90 hectares onde dois animais morreram devido à ingestão das larvas de P. flavipes. O lote foi transferido para outra área onde morreram mais 15 animais em um período de 5 dias. Seis ovinos do surto 1 e seis bovinos do surto 2 foram necropsiados. Grande quantidade de agrupamentos de larvas de P. flavipes foram encontradas no campo e no rúmen dos animais de ambos os surtos. Larvas de P. flavipes foram coletadas em ambos os surtos e foram armazenadas congeladas a -20º. Larvas frescas e larvas congeladas foram administradas para 6 ovinos, por meio de uma seringa com a ponta cortada. A menor dose letal foi de 7,5 g/kg em administração única. Animais que receberam doses sub-letais de 5 g/kg e posteriormente doses letais de 10 g/kg e 15 g/kg em intervalos de 15 e 30 dias, mostraram menor sensibilidade à intoxicação, um animal não adoeceu e outro adoeceu apenas depois de receber uma dose de 15 g/kg. Os animais intoxicados experimentalmente mostraram sinais de doença cerca de 48 horas e morreram cerca de 54 horas após a intoxicação. O exame bioquímico realizado em intervalos de 12 horas revelou alterações apenas nos animais que adoeceram. Os níveis séricos de GGT apresentavam-se elevados depois de 24 horas da intoxicação e continuaram a se elevar até a morte, AST apresentou aumento significativo cerca de 30 horas após a dosificação e posteriormente decaindo até a morte, os níveis séricos de glicose sofreram queda próximo à morte dos animais. As lesões de necropsia observadas nos casos espontâneos e experimentais foram semelhantes e mais consistentes no fígado, que se apresentava com acentuação do padrão lobular e com áreas de coloração amarelada com petéquias subcapsulares. Foram observados também edemas cavitários, edema da parede da vesícula biliar, perirrenal e na região inicial do duodeno, pâncreas e abomaso. Além das hemorragias no fígado havia hemorragias no tecido subcutâneo, coração, e mucosas e serosas da cavidade abdominal. O principal achado histopatológico era caracterizado por necrose coagulativa centrolobular ou massiva associada à hemorragia e congestão centrolobular e degeneração e tumefação hepática na região periportal. Observou-se ainda, depleção e necrose linfóide nos centros germinativos de linfonodos, nas placas de Peyer e na polpa branca do baço. A microscopia eletrônica demonstrou lesão hepática com hepatócitos necróticos, e dilatação dos espaços de Disse e endotélio vascular. Foi observada também intensa proliferação de reticulo endoplasmático liso no animal que recebeu doses graduais das larvas. As larvas descongeladas e dessecadas a 100ºC por 24 horas foram administradas a um coelho e mostraram-se tóxicas. Outros dois coelhos receberam frações sólidas e liquidas das larvas respectivamente e apenas o coelho que recebeu a fração sólida morreu.
ASSUNTO(S)
patologia veterinária : coelhos perreyia flavipes patologia veterinaria : ovinos sawfly larval poisoning necrose hepatica : bovinos liver necrosis sheep and cattle
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/10183/12431Documentos Relacionados
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