Intoxicação ambiental por chumbo em crianças de Porto Alegre

AUTOR(ES)
FONTE

Revista de Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-04

RESUMO

OBJETIVO: Estimar a prevalência de intoxicação por chumbo em crianças e identificar fatores associados, bem como possíveis fontes de contaminação local. MÉTODOS: Estudo transversal de prevalência com amostra aleatória de 97 crianças de zero a cinco anos de uma vila em Porto Alegre, RS, em 2006. O nível de chumbo no sangue foi medido e foi aplicado questionário para coletar informações sociodemográficas, reciclagem e moradia. Foi realizada avaliação ambiental preliminar com análise direta do solo e indireta da poluição atmosférica utilizando bioindicadores para averiguar possíveis fontes de contaminação. Para avaliar diferenças significantes entre as concentrações encontradas nos pontos de coleta, para cada tipo de material estudado, foi realizada ANOVA com correção de Brown-Forsythe para heterocedasticidade com comparações múltiplas de Dunnett T3 para variâncias desiguais. RESULTADOS: O total de 16,5% das crianças apresentou chumbo sanguíneo > 10,0µg/dL. Reciclagem de lixo no local de moradia, baixo nível educacional do pai e maior idade das crianças estiveram associados com maior concentração de chumbo no sangue. Foram encontrados níveis elevados de chumbo no solo e pouca indicação de poluição atmosférica por esse metal. CONCLUSÕES: Foi observada prevalência significativa de intoxicação por chumbo e as possíveis fontes de contaminação nessa comunidade parecem relacionar-se a atividades de reciclagem de lixo. Estudos devem ser conduzidos com outras populações infantis brasileiras, avaliando possíveis fontes de contaminação locais e gerais, para que se possa dimensionar corretamente essa questão no País.

ASSUNTO(S)

criança intoxicação por chumbo exposição ambiental estudos transversais

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