Intolerância, ética e alteridade no fundamentalismo: um estudo sobre a intolerância e a ética na matriz do fundamentalismo norte americano nos séculos xvii a xix

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo de estudar a Intolerância, a ética e a alteridade na matriz do fundamentalismo norte-americano entre os séculos XVII e XIX. Considerando que muito embora a sociedade americana tivesse a sua gênese pautada na liberdade religiosa e, ainda por conta disso, a independência fora proclamada também sob a mesma intencionalidade, àquela dos filósofos iluministas, no discorrer de sua historiografia o que se viu, principalmente em seu aspecto teológico baseado no pensamento de João Calvino, foi fazer prevalecer a intolerância. Assim, não respeitando o Outro, viveram muito longe do que se entende por alteridade. Porque a relação da ética com a alteridade é exatamente a afirmação da vida que brota da experiência de viver em comunidade, a relação de amor e de justiça entre irmãos. A nação americana sabia disso muito bem, pois eram oriundos de uma perseguição religiosa dentro da Inglaterra e fugiam para começar, ou melhor, recomeçar uma nova vida. Como eles definiram muito bem no Ato de Tolerância de Maryland, em abril de 1649, que diz: Que nenhuma pessoa ou grupo de pessoas seja quem for nos limites desta Província, ou das Ilhas, Portos, Embarcadouros, Hospedarias, ou Enseadas a ela pertencentes, que professam a crença de Jesus Cristo, devam de agora em diante ser perturbadas de qualquer modo, criticadas ou molestadas por ou em respeito de sua ou suas religiões, nem quanto ao livre exercício de culto dentro desta Província ou nas Ilhas a ela adjuntas, e nem poderão ser constrangidas de algum modo à crença ou prática de qualquer outra Religião, embora não tenham procedido assim. Por conta disso, entende-se que a intolerância mais perigosa é sempre aquela que, na ausência de qualquer doutrina, nasce dos impulsos elementares, de modo que, é difícil identificá-la e combatê-la com a ajuda de argumentos racionais. Sendo assim, evoca-se a alteridade para poder convocar a noção de identidade tanto quanto a de pluralidade e não enxergar mais o Outro como uma coisa, um objeto, ou talvez como o DEMÔNIO. Por fim, entender que a boa hermenêutica é um tópico relevante para o resultado final ao qual se quer chegar, mesmo reconhecendo que a interpretação é e sempre será uma coisa espinhosa, mas pela qual valerá a pena ponderar. Os fundamentalistas, por exemplo, têm sempre a tendência de historicizar o que não tem pretensão de historicidade. Daí o fato de serem denominados fundamentalistas. Uma das lições da hermenêutica textual de Paul Ricouer é respeitar melhor o equilíbrio entre a palavra e a escritura.

ASSUNTO(S)

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