Intervenções terapêuticas para a depressão vascular: uma revisão sistemática

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-12

RESUMO

OBJETIVO: A hipótese da depressão vascular (DV) defende uma correlação bidirecional entre fatores de risco cerebrovasculares e depressão. Nós investigamos se este conceito é apropriado para intervenções clínicas - ou seja, se o tratamento de sintomas depressivos modifica o risco cerebrovascular e vice-versa. MÉTODO: Revisão sistemática de estudos intervencionistas publicados entre outubro/1997 e abril/2010 nos bancos de dados MEDLINE e outros. Os unitermos procurados foram "depressive disorder" (MeSH), "cerebrovascular disorders" (MeSH) e um conjunto de termos altamente acurados para procurar por estudos experimentais ou quasi-experimentais. Nós usamos um questionário estruturado para examinar se os critérios de DV usados para depressão, vascular, neuroimagem e neuropsicológicos foram adequados, e os resultados principais de cada estudo. RESULTADOS: De 357 artigos obtidos, 12 foram inclusos. Eles relataram adequadamente o critério de depressão, moderadamente os critérios neuropsicológicos e de neuroimagem e apresentaram erros graves no critério vascular. Estudos de eficácia sugeriram que nimodipina, estimulação magnética transcraniana, stent de carótida e citalopram são efetivos para DV. Estudos exploratórios sugeriram que hiperintensidades de substância branca e risco vascular global são preditores de pior resposta. Apesar da baixa qualidade dos estudos limitar a sua generalização, estudos de maior qualidade corroboram o conceito de DV para intervenções. CONCLUSÃO: DV parece ser um conceito útil para intervenções clínicas, porém estudos futuros devem refinar os critérios cerebrovasculares para identificar sua importância na eficácia do tratamento antidepressivo.

ASSUNTO(S)

transtorno depressivo maior transtornos cerebrovasculares depressão revisão terapêutica

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