Intervenção ergonomica em uma industria quimica / Ergonomic intervention at a chemical factory

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

As intervenções ergonômicas têm sido realizadas para minimizar os problemas dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Neste contexto, esta pesquisa teve por objetivo realizar uma intervenção ergonômica em uma indústria química da região metropolitana de Campinas, São Paulo e avaliar os índices de absenteísmo geral, os sintomas osteomusculares e a qualidade de vida dos trabalhadores. O presente estudo é do tipo transversal, de caráter descritivo, realizado com 76 trabalhadores do sexo masculino, da área operacional da indústria. Na coleta de dados foi utilizado um questionário de dados gerais e ocupacionais, o instrumento Nordic Questionnaire (Questionário Nórdico) sobre sintomas músculo esqueléticos com uma adaptação para o desenho metodológico deste estudo e o Short Form Health Survey (SF-36) para qualidade de vida. Verificou-se os índices de absenteísmo geral dos últimos três meses que antecederam a intervenção junto ao ambulatório médico da empresa. A análise das atividades baseou-se em um formulário para registro de soluções ergonômicas. As participações foram voluntárias e os trabalhadores receberam informações da pesquisadora sobre a intervenção ergonômica e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. No tratamento dos resultados realizou-se análises descritivas das variáveis dos três instrumentos. Para a análise da relação entre os sintomas osteomusculares nos últimos três meses e os dados gerais e ocupacionais utilizouse a Regressão Logística Múltipla.A média de idade geral dos participantes foi de 35 anos, com escolaridade predominante do ensino médio (58,7%). A maioria dos trabalhadores (77,6%) relatou não praticar nenhuma atividade física. Observou-se um elevado percentual de trabalhadores que referiu fazer horas extras (73%). Constatou-se que o maior índice de absenteísmo nos últimos três meses foi causado por problemas osteomusculares (48%). Em relação aos sintomas osteomusculares, observou-se que 53% dos trabalhadores apresentaram sintomas em pelo menos uma área corporal nos últimos três meses.Verificouse o comprometimento de diversas regiões corporais, sendo que a mais acometida foi a coluna lombar (19,7%), que ficou também em primeiro lugar (6,6%) na justificativa por auxílio de profissional da área de saúde. Notou-se uma distribuição diferenciada de sintomas osteomusculares por prédio, sugerindo relação com as atividades ocupacionais do trabalhador. Os trabalhadores com faixas etárias mais elevadas apresentaram menos chance de desenvolver distúrbios músculo-esquelético, em qualquer região corporal. O tempo na atividade foi significativo, indicando que trabalhadores com mais de 36 meses têm quatro vezes mais chance de apresentar problemas osteomusculares. Comparando-se os participantes com e sem sintomas osteomusculares, verificou-se que todos os domínios do questionário de qualidade de vida (SF36) apresentaram índices menores nos sujeitos que referiram algum sintoma. Diante dos resultados, sugestões como ações educativas junto aos trabalhadores, a implantação do Comitê de Ergonomia e o desenvolvimento de um dispositivo para o corte de sacarias fizeram parte das primeiras melhorias ergonômicas implantadas. Concluiu-se que é de extrema importância dar continuidade a esta intervenção ergonômica validando as recomendações sugeridas e mensurando a contribuição para a saúde do trabalhador

ASSUNTO(S)

ergonomia ergonomics occupational health saude e trabalho chemistry industry industria quimica

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