Intervenção coronária percutânea em octogenários: houve mudanças no perfil dos casos tratados nos últimos cinco anos?
AUTOR(ES)
Tavares Filho, Sergio Costa, Tanajura, Luiz Fernando L., Feres, Fausto, Centemero, Marinella P., Chaves, Áurea J., Abizaid, Andréa S., Esteves, Vinícius, Gama, Gustavo, Sousa, Amanda G. M. R., Sousa, J. Eduardo
FONTE
Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
INTRODUÇÃO: Com o aumento da longevidade da população, as intervenções coronárias percutâneas (ICP) em octogenários têm sido realizadas com frequência crescente. No entanto, como os pacientes vivem mais, possivelmente apresentar-se-ão ao cardiologista com doença mais avançada, tanto em relação às comorbidades como à própria coronariopatia, fato que, se confirmado, poderia influenciar os resultados almejados. MÉTODO: Estudo de coorte, retrospectivo, com o objetivo de avaliar se houve mudanças nos perfis clínico e angiográfico de octogenários tratados por meio de ICP numa fase mais atual (biênio 2006/2007), em comparação com o período 2002/2003. Os pacientes foram identificados a partir de um banco de dados informatizado, no qual eram incluídos de forma prospectiva e divididos em dois grupos: grupo A, 128 pacientes tratados no biênio 2006/2007; e grupo B, 98 pacientes dilatados no biênio 2002/2003. Não foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão. Consideraram-se significantes valores de P < 0,05. RESULTADOS: Os 128 pacientes do grupo A corresponderam a 4,7% das ICP realizadas em 2006/2007, enquanto os 98 casos do grupo B corresponderam a 3,7% das dilatações de 2002/2003 (P = 0,07). Predominaram significativamente no grupo A: ICP em pacientes renais crônicos (28,1% vs. 10,2%; P = 0,008) e uso de stents com diâmetro < 2,5 mm (27,7% vs. 8,2%; P = 0,0001). Notamos tendência para tratar maior número de pacientes com doença multiarterial (60% vs. 49%; P = 0,12) e lesões reestenóticas (6,7% vs. 1%; P = 0,09). O sucesso do procedimento foi similar entre os grupos (93,8% vs. 94,9%, nos grupos A e B, respectivamente; P > 0,99). CONCLUSÕES: 1) Houve tendência do aumento de octogenários tratados mais recentemente; e 2) os casos dilatados no biênio 2006/2007 apresentaram perfil clínico/angiográfico de maior risco, em especial para o desenvolvimento de reestenose coronariana.
ASSUNTO(S)
doença das coronárias angioplastia transluminal percutânea coronária idoso de 80 anos ou mais idoso
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