Interrelação bactérias (MHB) e FMA : estratégia para estimular a eficiência simbiótica e micorrização de sabiá. / Bacteria (MHB) and FMA interrelation : a strategy to stimulate the symbiotic efficiency and mycorrhizal of sabiá.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/03/2012

RESUMO

A utilização de plantas associadas simbioticamente, com bactérias fixadoras de N2 e fungos micorrízicos arbusculares (FMA), constitui uma estratégia eficiente para acelerar a recuperação de áreas impactadas além de reduzir consideravelmente os custos com a mesma. O conceito de mycorrhiza helper bacteria (MHB) tem sido introduzido e discutido devido ao efeito sinergístico que essa dupla associação promove às plantas. São bactérias associadas com raízes e FMA que, seletivamente, promovem o estabelecimento da simbiose com os fungos. Deste modo, os objetivos deste trabalho foram verificar a atividade de FMA em área com vegetação nativa do semiárido Pernambucano, no município de Sertânia; determinar o número de glomerosporos e o número mais provável (NMP) de propágulos infectivos; quantificar o teor de proteínas do solo relacionadas à glomalina; determinar a viabilidade da co-inoculação entre bactérias (MHB) e mistura de FMA em sabiá (Mimosa caesalpiniifolia Benth) visando obter combinações e compatibilidade de pares simbióticos, assim como avaliar a eficiência e colonização micorrízica. Os experimentos foram conduzidos em casa de vegetação na Sede do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Foram coletadas 10 amostras compostas de solo, sendo os pontos definidos aleatoriamente. As amostras foram homogeneizadas e analisadas quanto às características físicas e químicas. Amostras compostas foram utilizadas para contagem direta (CD) e multiplicação de FMA para contagem indireta (CI) de esporos, com o uso de culturas-armadilha, empregando sorgo granífero (Sorghum bicolor L. Moench) e amendoim (Arachis hypogea L.) como plantas hospedeiras (experimento I). Para a determinação do NMP de propágulos infectivos de FMA no Luvissolo Háplico foi utilizado um sistema de diluição em série: 0, 1:10, 1:100 e 1:1000, com 5 repetições cada e, tendo o milho (Zea mays L.) como planta hospedeira (experimento II). No experimento III foram utilizados vasos com o solo Luvissolo Háplico (8 kg vaso-1) com pH 6,0 e a planta utilizada foi a sabiá. Na semeadura, foi efetuada inoculação com Burkholderia sabiae (BR 3405) e co-inoculação com BR3405 + MHB contendo 108 UFC mL-1. Na inoculação com a mistura do FMA, foram utilizados 4 g vaso-1 em forma de propágulo, contendo aproximadamente 670 esporos. A colheita foi realizada 110 dias após plantio (DAP) e foram avaliadas as seguintes variáveis: massa seca da parte aérea (MSPA), raiz (MSR), relação MSR/MSPA, altura de planta (AP) nos períodos de 45, 90 e 110 dias, comprimento da raiz (CR), N total acumulado na MSPA (Nac), eficiência das estirpes (E%) e colonização micorrízica. O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, com arranjo fatorial 9 x 2 mais uma testemunha absoluta (TA) sem inoculação; estirpes de MHB e um tratamento controle inoculado apenas com Burkholderia sabiae com e sem FMA (mistura de FMA) com 3 blocos. Os resultados dos experimentos mostram que o NMP de propágulos infectivos de FMA encontrados no município de Sertânia foi de 23 propágulos cm-3. As proteínas do solo relacionadas à glomalina facilmente extraível (PSRGFE) e as proteínas do solo relacionadas à glomalina total (PSRGT) ficaram em torno de 0,46 e 0,26 mg g solo-1, respectivamente. A colonização dos FMA em conjunto com as bactérias foi positiva, como no caso do CR, os tratamentos com BR 3405 + Azospirillum amazonenses (Y2) e BR 3405 + Herbaspirillum seropedicae (Z67) apresentaram diferença significativa pelo teste de Tukey (p<0,05) em relação ao fator com e sem FMA. Confirmando deste modo que, na presença das bactérias MHB houve aumento no comprimento do sistema radicular das plantas de sabiá. A eficiência das estirpes obteve os melhores resultados quando as bactérias estavam em presença de FMA e o tratamento BR 3405 + Paenibacillus brasilensis (24) + FMA foi o que obteve melhor resposta. Os tratamentos que receberam os FMA foram superiores em relação aos demais nas variáveis MSPA, MSR, E, Nac, chegando a apresentar uma média em torno de 84% de colonização radicular.

ASSUNTO(S)

symbiosis fixação nitrogênio mycorrhiza helper mimosa caesalpiniifolia sinergismo simbiose colonização radicular ciencia do solo nitrogen fixation synergism root colonization

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