Interferência do treinamento em natação com diferentes intensidades na carcinogênese experimental do cólon / Interference of the swimming training at different intensities with experimental colon carcinogenesis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O estudo teve como objetivos: a) quantificar, categorizar e correlacionar focos de criptas aberrantes (FCA) e tumores em ratos Wistar com carcinogênese colorretal induzida por 1,2 dimetilhidrazina (DMH); b) verificar se o exercício regular de natação afetaria, de forma dependente da intensidade, o número de FCA, número, incidência e tamanho dos tumores, a ingestão alimentar, o ganho de peso, composição corporal (gordura, proteína e água), os níveis séricos de glicose, colesterol total (CT), triacilglicerídeos (TAG), lipoproteínas de alta, baixa e muito baixa densidade (HDL, LDL e VLDL) e proteína C reativa (PCR) nos animais com carcinogênese induzida por DMH; c) verificar se o percentual de gordura (carcaça e intra-abdominal), glicose e perfil lipídico (CT, TAG, HDL, LDL e VLDL) se associariam com o número de tumores e FCA; d) verificar se a incidência de tumores alteraria os níveis de PCR. Animais (n=52), com 11 semanas de idade, foram subdivididos em dois grupos sedentários, com (CE n=10) e sem (CD n=6) droga, e em três grupos exercitados: sem sobrecarga (ED1 n=12), com sobrecarga de 2% (ED2 n=12) e 4% (ED3 n=12) do peso corporal. Animais dos grupos ED1, ED2 e ED3 foram submetidos a um programa de treinamento progressivo de natação por 5-20 min/dia, 5 dias/semana, durante 35 semanas. Todos os animais submetidos ao exercício e o grupo CE, receberam 4 doses (40 mg.kg-1) de DMH nas duas primeiras semanas de experimento. Os animais tiveram acesso livre a ração comercial e água. Os resultados mostraram que a ingestão alimentar não foi estatisticamente diferente entre os grupos. O ganho de peso corporal dos animais foi significativamente maior para o grupo CD em comparação aos animais dos grupos CE, ED1, ED2 e ED3. O percentual de gordura intra-abdominal foi estatisticamente maior nos animais do grupo CD comparado aos grupos ED1 e ED3. O percentual de gordura da carcaça no grupo CD foi significativamente superior aos dos grupos CE, ED1, ED2 e ED3. O percentual de água da carcaça foi significativamente menor nos animais do grupo CD quando comparado aos grupos CE, ED1, ED2 e ED3. Não houve diferença estatística entre os grupos para o percentual de proteína da carcaça. As concentrações séricas de CT e LDL foram maiores nos animais do grupo CD, quando comparado aos demais grupos. As concentrações séricas de TAG e VLDL foram maiores no grupo CD, comparado ao grupo ED3. A concentração sérica de HDL foi maior no grupo CD, comparado aos grupos CE, ED1 e ED3. A concentração sérica de glicose não foi estatisticamente diferente entre os grupos. Não houve diferença estatística entre os grupos CE, ED1, ED2 e ED3 para PCR. Animais com incidência de tumores ( 1) não apresentaram respostas diferentes para PCR, comparados com os não incidentes. Associações negativas do número de tumores e FCA com glicose e com o percentual de gordura (carcaça e intra- abdominal) foram observadas. Houve, de maneira geral, associações positivas do número de tumores com CT, HDL, LDL, VLDL e TAG, mas não foram suficientemente fortes (r ou rs <0,60) para se acreditar numa relação de causaefeito. Associações positivas de FCA com CT, HDL, LDL, VLDL e TAG foram encontradas, mas geralmente foram associações fracas (r ou rs <0,30) ou regulares (r ou rs 0,30 - 0,60). Um maior número de FCA e tumores foram encontrados nas regiões média e distal do intestino grosso. O exercício moderado (ED2) apresentou valor estatisticamente inferior de FCA para as regiões proximal e distal, para a média de FCA e para os FCA 3, comparado ao grupo não exercitado (CE). Não houve diferença entre os grupos para FCA >3. Os índices para potência, risco relativo, percentual de redução de FCA e potência de redução do tamanho de FCA, apresentaram melhores resultados para os animais do grupo ED2, seguido pelos grupos ED1 e ED3. O número, incidência e tamanho dos tumores não foram afetados pelo exercício nas intensidades estudadas. Os FCA foram, geralmente, positivamente associados aos tumores colorretais. Os resultados permitem sugerir que: 1) FCA e tumores se localizam, com maior freqüência, nas regiões média e distal do intestino grosso; 2) o exercício, nas intensidades estudadas, não afeta de forma significativa o número, incidência e tamanho de tumores, a ingestão alimentar, ganho de peso, composição corporal, perfil lipídico, glicose e PCR em animais com carcinogênese colorretal induzida por DMH; 3) o exercício moderado oferece proteção contra FCA; 4) glicose e o percentual de gordura não se associam positivamente com tumores do intestino grosso; 5) o número de tumores não apresenta associação com CT, TAG, LDL, VLDL e HDL séricos de jejum; e 6) os níveis de PCR não são afetados pela incidência de tumores colorretais.

ASSUNTO(S)

colon ciencias da saude exercise carcinogenesis carcinogênese exercício cólon

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