Interação toxicogenética de polimorfismos da metaloproteinase-9 (MMP-9) da matriz extracelular e exposição ao mercúrio : efeitos sobre a atividade plasmática da MMP-9 / Toxicogenetic relevance of MMP-9 polymorphisms in mercury exposed subjects

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

01/07/2010

RESUMO

A exposição ao mercúrio (Hg) causa efeitos deletérios à saúde, incluindo doenças cardiovasculares. Embora os mecanismos não estejam precisamente definidos, metaloproteinases (MMPs) -2 e -9 podem estar envolvidas. Expressão e atividades aumentadas destas MMPs são demonstradas em diversas condições patológicas, e estudos demonstraram que os níveis circulantes de MMPs poderiam ser usados como marcadores de risco cardiovascular. O gene que codifica a MMP-9 apresenta polimorfismos que afetam a expressão e o nível de atividade desta enzima, sendo que dois deles, presentes na região promotora [C- 1562T e (CA)n], são funcionalmente importantes, tendo sido associados a diversas doenças. Investigamos se existe associação entre os níveis circulantes de MMP-2, MMP-9 e seus inibidores endógenos (TIMPs) -2 e -1 com os níveis circulantes de Hg, em indivíduos expostos ao metal por consumo de peixes, na Amazônia Brasileira. Em seguida, examinamos se os polimorfismos da MMP-9 afetam os níveis circulantes de MMP-9, nestes indivíduos. Para isso, analisamos as concentrações de Hg no sangue e plasma desses indivíduos por espectrometria de massas com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). As concentrações de MMPs e TIMPs foram medidas nas amostras de plasma por zimografia e ELISA, respectivamente. Espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) foram medidas no plasma, para dosar estresse oxidativo. Os níveis de selênio (Se) foram determinados por ICP-MS, por este ser um antioxidante. O DNA genômico foi extraído das amostras de sangue e os genótipos dos polimorfismos C- 1562T e (CA)n foram determinados. A relação entre os bioindicadores de Hg e os níveis de MMPs, assim como a relação entre os genótipos da MMP-9 e os níveis de MMP-9 foram examinados usando modelos de regressão múltipla. Não foi encontrada relação entre Hg no sangue ou plasma e MMPs. Contudo, Hg no plasma foi negativamente associado com os níveis de TIMPs, resultando em aumento nas razões MMP-9/TIMP-1 e MMP-2/TIMP-2, o que indica uma associação positiva entre Hg no plasma e o grau de atividade de MMP-9 e MMP-2. Os polimorfismos da MMP-9 não se relacionaram aos níveis de MMP-9 quando todos os indivíduos foram analisados juntos. No entanto, quando dividimos a população estudada em terços, com base nas concentrações plasmáticas de Hg, o polimorfismo (CA)n afetou o grau de atividade da MMP-9 no grupo com níveis mais baixos de Hg no plasma. Os níveis de MMP-9 foram mais altos em pessoas com genótipos que incluíam o alelo com mais de 21 repetições CA (alelos H), e menos naqueles cujo genótipo incluía alelos com menos de 21 repetições CA (alelos L). Nos grupos com níveis intermediários ou altos de Hg no plasma, este polimorfismo não teve efeito. Nenhuma associação foi encontrada entre o polimorfismo C- 1562T e os níveis de MMP-9, nos três grupos. Esses achados mostram o efeito do Hg sobre o grau de atividade de MMPs,e que o efeito do Hg sobre a MMP-9 é modulado pelo polimorfismo (CA)n da MMP- 9. O aumento do grau de atividade poderia aumentar o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em pessoas expostas ao Hg, principalmente nas que apresentam o genótipo HH.

ASSUNTO(S)

mercúrio metaloproteinase polimorfismo selenio estresse oxidativo mercury matrix metalloproteinase polymorphism selenium oxidative stress

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